quarta-feira, 6 de junho de 2007

Catecismo - 11: “JESUS NASCEU DE SANTA MARIA, VIRGEM”

INTRODUÇÃO:

O Evangelho de São Lucas conta que Deus enviou o arcanjo São Gabriel a Nazaré, manifestando a Maria que tinha sido escolhida para ser a Mãe de Deus. Muitos quadros representam esta cena, que chamamos de Anunciação.

A conversação entre o arcanjo e a Virgem termina com esta aceitação humilde e confiada: "Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a sua palavra" (Lucas 1,38). Naquele mesmo instante realizou-se a ENCARNAÇÃO DO VERBO nas puríssimas entranhas da Santíssima Virgem, e nove meses mais tarde nascia Jesus - verdadeiro Deus e verdadeiro homem - em Belém.

A Virgem não é só a Mãe de Deus: é também nossa Mãe. Quando morria na cruz, Jesus deu-nos Maria por Mãe. Ela vive no céu como Rainha e Senhora de todo o criado, mas nos vê, nos ouve e, sobretudo, nos ama. Como as mães da terra, a Virgem cuida de nós e nos protege. Temos de conhecer e amar muito àquela que é a Mãe de Deus e nossa Mãe.

IDÉIAS PRINCIPAIS

1. Maria é verdadeiramente Mãe de Deus
Todos temos uma mãe, e é de verdade nossa mãe porque nos engendrou e deu à luz. Maria engendrou o corpo de Jesus, no qual Deus infundiu a alma; e no mesmo instante, a este corpo e alma uniu-se a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade: o Verbo de Deus. Desta forma o Filho de Deus se fez homem sem deixar de ser Deus.
Maria carregou durante nove meses em seu seio a Jesus Cristo, com seu corpo, sua alma e sua Divindade, depois dos quais nasceu em Belém. Por isto é verdadeira Mãe de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É verdadeiramente a Mãe de Deus.

2. Principais dogmas e privilégios marianos
O maior dom que Deus concedeu a Maria Santíssima é o de ser sua Mãe. E, por ser sua mãe, a encheu de graça e de extraordinários privilégios. Queremos conhecer muito bem à Virgem, e por isto convém saber o que Deus fez nela:
a) A Imaculada Conceição. Esta prerrogativa significa diretamente que a Virgem não teve pecado original; desde o mesmo instante de sua concepção e em atenção aos méritos de seu Filho, Jesus Cristo, Deus a preservou imune da culpa original. Mas supõe, ao mesmo tempo, que Deus a dotou de santidade inteiramente singular, como o expressou o arcanjo São Gabriel ao saúda-la no momento da Anunciação: "Ave, ó cheia de graça" (Lucas 1,28)
b) Foi sempre virgem. É também dogma da fé católica que Maria foi sempre Virgem: antes de engendrar a Cristo, no nascimento e depois de nascer. Por isto chamamos Maria " A Virgem".
c) A Assunção. Maria está em corpo e alma no céu. Outro grande privilégio de Maria é que, depois de terminar o curso desta vida, foi levada em corpo e alma ao céu. Este privilégio é decorrente da isenção do pecado original.
d) Outros privilégios da Virgem. Maria é também Co-redentora, pois foi associada por Cristo à redenção do gênero humano. É a Rainha e Senhora de tudo o que foi criado, como dizemos no 5o mistério do Santo Rosário. É a Mãe da Igreja e a Medianeira de todas as graças. E, sobretudo, para nós, é nossa Mãe.

3. Maria é nossa Mãe
É uma maravilha saber que Deus adornou a sua Mãe com tantas graças, querendo que fosse também nossa Mãe. Compreendamos as razões de sua maternidade para conosco:
a) Porque Jesus Cristo é nosso irmão. São Paulo diz que Jesus Cristo é "o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8,29). Logo, se Maria é a Mãe de Jesus, nosso irmão, com toda a razão podemos chamá-la, assim como Ele, "Nossa Mãe", ainda que a maternidade em relação a Cristo seja física e natural, enquanto que, em relação a nós, seja maternidade espiritual.
b) Porque Jesus Cristo deu-nos Maria como Mãe. Ao pé da cruz São João representava a toda a humanidade quando Jesus Cristo lhe entregou a Maria como mãe. A ele e a nós com ele, disse: "Eis a tua mãe" (João 19,27). Desde aquele momento, todos nós cristãos, recebemos a Maria em nossa casa, em nosso coração, e a temos como nossa mãe.
c) Porque ela intercede por nós. Os cristãos de todos os tempos, e também nós, pedimos coisas à Virgem, que está em corpo e alma no céu. Ela está ali, mas nos escuta, nos ajuda, nos quer como filhos. Cada um de nós poderia contar muitas coisas que Deus nos tem concedido pela intercessão de Maria, nossa Mãe. Muitíssimas outras Ele nos concede, pela mesma intercessão maternal de Maria, sem que o saibamos. Ela nos ama como filhos e pede a Deus o melhor para cada um de nós.

4. Temos de comportar-nos como bons filhos da Virgem Maria
Com nossa mãe da terra nós não nos confortamos em conhece-la e saber que nos ama e se preocupa conosco; o bom filho é o que corresponde a este amor e o demonstra com obras: tem com ela detalhes de carinho, obedece-a prontamente, a ajuda, faz as coisas que lhe agradam e evita as que a deixam desgostosa, etc..
Com nossa Mãe do céu acontece a mesma coisa. Depois de conhece-la muito bem, é preciso quere-la com obras. E demonstramos com obras que queremos bem a Virgem, se nos comportamos como a ela agrada, e vivemos, em relação a ela, alguma devoção mariana.

5. PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ
· Adquirir algum tipo de devoção a Nossa Senhora, e vive-la cada dia
· Aprender e rezar muitas vezes, as orações dirigidas a Nossa Senhora

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España
Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

Catecismo - 10- CREIO EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR.

INTRODUÇÃO:

            Os jornais contam que alguém – mulheres, homens e também crianças- expôs heroicamente sua vida para salvar a outros, sofrendo perigos, inclusive a morte, para ajudar seus semelhantes. Podem ser chamados "salvadores"; e os que por eles foram salvos recordam com agradecimento àqueles que lhes ajudaram em momentos difíceis. No tema anterior, dizíamos que Deus teve piedade dos homens e lhes prometeu um Redentor para salvar a humanidade do pecado e de suas graves conseqüências. Para salvar-nos, Deus enviou seu Filho, que é Jesus Cristo.

            Os Evangelhos contam o que Jesus fez e ensinou, mostrando que é verdadeiro homem: nasce de uma mulher – a Virgem Maria -, tem corpo como o nosso, fala, chora, tem fome, sofre... Também proclamam os Evangelhos sua divindade: faz milagres, perdoa os pecados, diz de si mesmo que é o Filho de Deus e ressuscita por sua própria virtude. Como afirma a fé da Igreja, Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

            Além de Salvador e Redentor, Jesus Cristo é o modelo para os homens, especialmente para os cristãos. É lógico que tenhamos especial interesse por conhecer quem é Jesus Cristo: sua vida na terra, sua paixão, morte, ressurreição e ascensão aos céus; sua doutrina. Cristo vive, e não só temos de conhece-lo, mas, principalmente, ama-lo, cada dia um pouco mais. Nós o amaremos se tivermos trato com Ele. E como amar a Cristo? Através da oração e dos sacramentos.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1.        Deus não abandonou os homens, apesar do pecado

Apesar do pecado, Deus continuou a amar os primeiros pais e a seus descendentes, e

quis restaurar o que o pecado tinha destruído. E prometeu que salvaria aos homens de seu pecado, recuperando o dom da graça: voltariam a ser filhos de Deus e herdeiros do céu, ainda que sem recuperar os dons preter naturais, quer dizer, os privilégios que o Senhor ajuntou à natureza humana: imortalidade do corpo, imunidade de enfermidades etc..

2.        Ao largo da história, Deus recorda a promessa que fez a Adão e Eva

Para que os homens não se esquecessem de que iria enviar ao mundo um Salvador,

Deus lhes  recorda com freqüência esta promessa por meio de Abraão, Moisés, Davi... São os profetas, sobretudo, os que falam do Messias, do Salvador que haveria de chegar: Isaías (7,14) proclama que nascerá de uma "virgem"; Miquéias (5,2) assinala inclusive onde vai nascer: em "Belém".

3.        O Salvador ou Messias é Jesus Cristo

Para salvar o mundo de seus pecados, Deus não manda um anjo: envia seu próprio

Filho. Por isto diz o Senhor: "Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho Unigênito" (João, 3,16). O Salvador é Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido das entranhas puríssimas da Virgem Maria. Por isto o Senhor se chama Jesus, que quer dizer "Salvador". O arcanjo São Gabriel assim o disse a São José: A Virgem " dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque salvará seu povo de seus pecados" (Mateus 1,21).

4.        Jesus Cristo é verdadeiro Deus

Nós sabemos que Jesus Cristo é Deus porque Ele assim nos disse e porque o demonstrou

com suas obras. Nos disse: "Eu e o Pai somos uma mesma coisa (João 10,30); quem vê a mim, vê o Pai (João14,9); ninguém conhece ao Pai senão o Filho" (Mateus 11,27).

            Jesus Cristo faz coisas que só Deus pode fazer. Cura os mudos, os cegos, os leprosos...; ressuscita seu amigo Lázaro, o filho da viúva de Naim...., perdoa os pecados do paralítico, os de Madalena, os da mulher adúltera...; e tudo isto o faz por sua própria virtude e poder, porque é Deus.

5.        A ressurreição de Cristo, a maior prova de que é Deus

Jesus Cristo morreu verdadeiramente e ressuscitou também de verdade. Apareceu repetidas vezes a seus discípulos, e estes assim o testemunharam. Seus inimigos queriam ocultar esta prova de sua divindade (Mateus 28,11-15). A ressurreição de Cristo é a maior prova de que Ele é Deus, pois ressuscitou por sua própria virtude.

6.        Jesus Cristo é verdadeiro homem

Jesus Cristo é igual a nós, menos no pecado e no erro. Ele não teve nenhum pecado,

nem se enganou jamais. Teve uma mãe como a temos nós; trabalhou com suas mãos, ajudando São José; teve fome e sede, comia e bebia; cansava-se depois de fazer um esforço; teve amigos e chorou quando morreu seu amigo Lázaro; alegrava-se com seus discípulos, com as crianças.... Jesus Cristo não é somente perfeito Deus, mas também é perfeito homem.

7.        Jesus Cristo vive e é nosso modelo

Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitou e subiu aos céus. Como Deus, está em todas as

partes e a tudo vê e ouve. Jesus Cristo está no céu e na Eucaristia.

            Podemos falar com Ele de nossas coisas e de suas coisas.Ele nos escuta e nos fala, não com palavras, mas em nosso coração. Temos que aprender de Jesus, porque com sua vida, com suas obras e suas palavras, nos ensinou o que temos de fazer para salvar-nos e como o temos de fazer. Ele mesmo disse: " Eu sou o caminho, a verdade e a vida"  (João 14,6).

8.        É preciso conhecer e tratar a Jesus

Os amigos saem juntos, conhecem onde vive cada um, como pensam, qual é sua vida,

falam de suas coisas. Com Jesus, acontece o mesmo. Se quisermos ter trato de intimidade com Ele, o  encontraremos no  EVANGELHO, na ORAÇÃO e no SACRÁRIO.

-          O EVANGELHO. Quando lemos o Evangelho, conhecemos mais a Jesus: como é, como quer seus amigos, o que espera deles. Por isto, devemos ler todos os dias o Evangelho, mesmo que seja por uns poucos minutos.

-          A ORAÇÃO.  Podemos fazer um momento de oração na Igreja ou em nossa casa, em um lugar onde estejamos tranqüilos e em silêncio, para falar com o Senhor do que nos preocupa, pedindo-lhe o que necessitamos ou desejamos e dando-lhe graças por tudo.

-          A VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, PRESENTE NO SACRÁRIO. Mesmo que Jesus esteja em todas as partes, porque é Deus, está de uma maneira especial presente no sacrário. É muito bom que todos os dias o visitemos, ainda que brevemente, para cumprimenta-lo, falar com Ele, escutar o que nos diz no fundo de nossa alma. Também temos de cumprimenta-lo com nosso coração, quando vemos alguma igreja, pensando que Ele está lá, no Sacrário.

9.        Propósitos de vida cristã

·         Ler, todos os dias, um trecho do Santo Evangelho, durante uns minutos, para conhecer melhor a vida e a doutrina de Jesus

·         Fazer diariamente uma breve visita ao Santíssimo Sacramento.

·         Sempre que entrar na Igreja, dirigir-se, em primeiro lugar, ao sacrário, para cumprimentar Jesus.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 09: NOSSOS PRIMEIROS PAIS DESOBEDECERAM A DEUS E PECARAM.

INTRODUÇÃO:

Deus criou Adão e Eva, os encheu de dons sobrenaturais e preter naturais e os colocou no paraíso terrestre. Aí, eram muito felizes: eram amigos de Deus e não sofriam nenhum mal; trabalhavam sem cansar-se. Depois de ser felizes na terra, passariam – sem morrer – a gozar de Deus para sempre, no céu.

Mas Adão e Eva cometeram um pecado gravíssimo: o pecado original. No capítulo terceiro do livro do Gênesis nos é contado este pecado: desobedeceram a Deus e O ofenderam. Como Adão e Eva foram nossos primeiros pais, todos nós herdamos este pecado. Dele brotaram a dor, os sofrimentos, os ódios, as guerras e demais calamidades que afetam a humanidade e o mundo.

Convém, pois, estudar bem este tema. Se o entendermos bem, quem sabe possamos também compreender a razão de tantas coisas más que acontecem no mundo e dentro do coração do homem.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Os primeiros pais eram muito felizes no paraíso terrestre

Deus, levado por seu amor, criou os homens para que um dia pudessem contempla-Lo e viver eternamente junto d'Ele. Por isto os fez participantes de sua vida divina. A tão grande e imerecido dom nós o denominamos graça santificante ou vida em graça. Além disso, Deus os colocou em um lugar estupendo – o paraíso terrestre – e lhes deu muitos outros dons imerecidos: iluminou sua inteligência e fortaleceu sua vontade, estando isentos do erro e da inclinação ao mal; livrou-os da dor, da enfermidade e da morte (dons preter naturais). Estes dons – sobrenaturais e preter naturais – deviam ser transmitidos por Adão e Eva a seus descendentes.

2. A prova dos primeiros pais

Igual que aos anjos, Deus quis submeter nossos primeiros pais a uma prova e lhes deu um Mandamento para provar sua fidelidade. Se o cumprissem, conservariam para si e seus descendentes as graças e dons que Deus lhes tinha dado; se não o cumprissem, perderiam as graças e dons para si e seus descendentes. Deus, que podia impor este mandato porque é Dono e Senhor absoluto do homem, queria que vencessem.

3. Os primeiros pais pecaram

Tentados pelo demônio, pai da mentira, Adão e Eva desobedeceram a Deus e pecaram. Foi um pecado de soberba, pois quiseram ser como Deus, e se submeteram ao demônio. Com este pecado perderam a amizade divina (graça) e os dons preter naturais que Deus lhes tinha dado gratuitamente; mesmo suas forças naturais ficaram feridas e, quebrada a harmonia interior, sentiram a inclinação ao mal. Ficaram submetidos à concupiscência – inclinação ao pecado -, que não é pecado, mas incita ao mal.

4. Os homens nascem com este pecado e sofrem suas conseqüências

Por ser Adão principio e cabeça do gênero humano, perdeu ele a graça e os dons que a acompanhavam, e os perderam seus descendentes: em Adão pecou todo o gênero humano. Quer dizer, ao receber de nossos primeiros pais a natureza, nós a recebemos manchada com aquela culpa e, portanto, privados da graça e de todos os demais dons; e por perder-se a harmonia interior, ficamos inclinados ao pecado (concupiscência). Isto é o que se chama pecado original, com ele todos nós nascemos.

5. Conseqüências do pecado original

No pecado de Adão tiveram sua origem todos os pecados e males da humanidade. Todos os Homens nascemos com as gravíssimas conseqüências do pecado original, privados da graça e, portanto, em estado de pecado e inclinados ao mal.  Por isto existe em nós a inclinação ao pecado, a que denominamos concupiscência. Esta se manifesta na ânsia desordenada das coisas terrenas; de gozos, bens, honras... Também vivemos os homens em meio de inumeráveis penas e calamidades e, finalmente, a morte. Pelo pecado original, o demônio adquiriu influência sobre o mundo.

6. Deus teve piedade dos homens e lhes prometeu um Redentor

Apesar do pecado, Deus se compadeceu dos homens e lhes prometeu a futura redenção: prometeu que do gênero humano sairia um Redentor – Jesus Cristo -, que salvaria a   humanidade do pecado e de suas conseqüências.

7. Propósitos de vida cristã

-   Aprender a rezar sempre:

"Confesso a Deus, todo poderoso, e a vós irmãos e irmãs,

que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras,

atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa.

E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos,

E a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim, a Deus Nosso Senhor."

(Repetir muitas vezes ao dia esta oração de arrependimento)

-   Pedir a Deus sempre, muitas vezes ao dia, a disposição para lutar contra o pecado.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 08: DEUS CRIOU O HOMEM LIVRE E RESPONSÁVEL.

INTRODUÇÃO

Já se estudou em outro tema que Deus, depois de ter criado todas as coisas, criou o homem: Adão e Eva, de quem todos descendemos.

Deus cria a todos os homens. Com a colaboração dos pais, forma o corpo e, diretamente, Ele cria a alma que infunde neste corpo. A alma é o que dá vida ao corpo. Tudo isto quer dizer que cada um de nós fomos criados por Deus. Ele pensou em cada ser humano, nos amou, e como fruto deste amor, nos criou. Além disso, como diz a Sagrada Escritura, nos criou " à sua imagem e semelhança" (Gênesis 1,26).

O que é o homem? Para que Deus nos criou? Como devemos comportar-nos? Estas e outras perguntas todos nos fazemos . Este tema quer ajudar-nos a responde-las.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Deus criou o homem com corpo e alma

O livro do Gênesis nos diz que Deus formou o corpo do homem "do barro da terra", e lhe

soprou   no rosto "alento de vida". Com estas palavras tão simples, Deus nos diz que formou diretamente ao homem de uma matéria que já existia e que, depois, criou diretamente do nada uma alma e a uniu a este corpo. Depois de Adão e Eva, os homens todos recebemos o corpo de nossos pais, mas a alma nós a recebemos diretamente de Deus.

2 . A "imagem e semelhança" de Deus

A obra de um artista é o reflexo de sua arte. Ainda que, às vezes, uma obra de arte não

tenha a assinatura de seu autor, é possível descobrir de quem é a obra porque ali está refletida a sua personalidade. O homem é imagem de Deus. Vejamos alguns aspectos que manifestam a imagem de Deus no homem:

        A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Por ter sido criado à imagem de Deus, o ser humano tem a dignidade de PESSOA; não é tão somente alguma coisa, mas alguém. O homem é a única criatura da terra à qual Deus amou por si mesma. Só ele está chamado a participar, pelo conhecimento e pelo amor, na vida de Deus. Para este fim foi criado e esta é a razão fundamental de sua dignidade.  

        O HOMEM É UM SER INTELIGENTE. Os animais não pensam, mas o homem pode pensar e expressar seu pensamento com palavras. Sabe calcular, contar, medir etc..; fabrica motores, descobre a eletricidade. Distingue-se dos demais seres por sua razão ou inteligência, que é um reflexo da inteligência de Deus. Os animais louvam a Deus sem o saber; o homem o faz sabendo...  

        O HOMEM É UM SER LIVRE. Os animais se governam por instintos e não podem agir de outra maneira; as plantas regem-se por leis as quais obedecem cegamente. O homem pode escolher; pode fazer uma coisa ou outra; pode fazer o bem ou o mal, pode cumprir ou não as leis que o Senhor lhe deu. Deus lhe concedeu a faculdade de escolher livremente. Deus quis o homem livre.  

        O HOMEM É REI E SENHOR DO UNIVERSO. Deus entregou o mundo ao homem para que o submetesse e transformasse. O homem pode domesticar os animais selvagens, desviar os rios, fazer saltar as pedras, cortar as árvores, etc .. Deus o quis assim. Sendo Deus o Dono e o Senhor de tudo, porque tudo criou e tudo lhe pertence, colocou tudo nas mãos do homem, para que este seja senhor e domine a terra. Nisto também se parece o homem com Deus, que lhe fez participar do dom de poder dominar sobre os animais, as plantas..., todo o universo.  

        O HOMEM É IMAGEM DE DEUS, SOBRETUDO, PELA GRAÇA. Ainda que em outro tema vamos explicar o que é a graça, é importante dar-se conta que, entre todos os benefícios que Deus deu ao homem, o que o assemelha mais a Deus é a GRAÇA SANTIFICANTE, que se recebe no momento do Batismo. A graça nos faz participantes da natureza divina, elevando-nos à dignidade de filhos de Deus.

3 . Igualdade e diferença queridas por Deus

O homem e a mulher foram criados por Deus em total igualdade, como pessoas humanas, mas com diferenças morfológicas e peculiaridades psicológicas. Ser "homem" ou ser "mulher", é pois, uma realidade boa e querida por Deus. O homem e a mulher são, portanto, "imagem de Deus".

4. O homem é responsável por seus atos

a) A MATÉRIA CARECE DE RESPONSABILIDADE. Depois de um terremoto não podemos perguntar à terra por que fez isso; além de não poder responder, por não ter inteligência nem liberdade, a terra não podia ter feito outra coisa (o terremoto foi conseqüência de leis físicas naturais que se cumpriram). Também não é responsável a terra das coisas belas como são o nascimento de uma flor, o por do sol ou o trinado de um canarinho.

b) OS ANIMAIS TAMBÉM NÃO SÃO RESPONSÁVEIS.  Se um cavalo mata seu dono com um coice, quando este estava lhe curando uma ferida, não é ele responsável deste feito, porque não sabe o que faz; atua levado pelo instinto. Também não é responsável das coisas boas que proporciona a seu dono: o trabalho, um passeio ou a vitória no hipódromo.

c) SÓ O HOMEM É RESPONSÁVEL DO QUE FAZ. Ao chegar à nossa casa e nos perguntam o que fizemos neste dia, dizemos: estudamos, trabalhamos, passeamos. Somos responsáveis do que fizemos. Se tivermos feito o que deveríamos fazer, merecemos o prêmio. Caso contrário , merecemos o castigo.

5 . Cumprir sempre a vontade de  Deus

Somos merecedores de premio ou de castigo segundo fizermos o que temos de fazer ou não; e o que temos de querer sempre e em todos os momentos é CUMPRIR A VONTADE DE DEUS. Os mandamentos da Lei de Deus, os da Santa Igreja, as obrigações de nossa idade e estado de vida, nos assinalam o que devemos fazer em relação a Deus, aos demais e a nós mesmos. Existem ocasiões em que podemos ter dúvidas em saber o que Deus nos pede concretamente. Nestes casos, o Senhor nos ajuda por meio de pessoas que tem a graça de Deus para nos orientar. Estas pessoas são nossos pais, educadores, o sacerdote com o qual nos confessamos habitualmente. Ele, particularmente, poderá ajudar-nos a ver a vontade de Deus sobre nós, porque já nos conhece. Se nos acostumarmos a fazer a cada dia o EXAME DE CONSCIÊNCIA – breve, mas seriamente – ao terminar o dia, nos daremos conta se cumprimos ou não a vontade de Deus.

6 . PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ

        Procurar ser agradecidos a Deus, que nos criou e cuida de nós. Aproveitar especialmente a Santa Missa, para faze-lo, já que é um ato infinito de ação de graças.

 

        Ser  muito sincero na confissão e no Exame de consciência à noite

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

 

Catecismo - 07 - DEUS CRIOU OS ANJOS

INTRODUÇÃO. 

Na Sagrada Escritura encontram-se muitas passagens nas quais vemos a intervenção dos anjos: ao nascer Jesus um anjo anuncia aos pastores a boa notícia; o arcanjo Rafael aparece na história de Tobias, e o arcanjo Gabriel é quem anuncia à Virgem que Deus quer que ela seja Sua Mãe; outro anjo tira Pedro do cárcere; etc..

Este tema quer ajudar-nos a conhecer quem são os anjos e também  os demônios ou espíritos maus.  

IDÉIAS PRINCIPAIS.  

1.            A existência de anjos e demônios, verdade de fé.

Às vezes contam-se coisas que são fábulas: fala-se de bruxas, de horóscopos e coisas semelhantes. Sabemos que não são coisas verdadeiras, senão contos....

Quando se fala dos anjos e dos demônios, não estamos falando de contos; os anjos e os demônios existem de verdade. Deus nos falou  deles. E Deus não pode enganar-nos, nem mesmo para que fossemos melhores. Deus sempre diz a verdade. Cremos, portanto, que existem Anjos e demônios – assim como nós existimos – porque Deus assim no-lo revelou.  

2.       Os demônios são espíritos que pecaram contra Deus

Deus criou bons, por natureza, a todos os espíritos e os fez seus filhos, pela graça. Mas, capitaneados por Lúcifer, muitos deles se rebelaram e disseram: "Não queremos servir a Deus". Os anjos foram fiéis a Deus, dizendo "Queremos servir a Deus". O chefe dos Anjos fiéis era São Miguel.  Realizou-se uma batalha no céu e venceram os anjos fiéis. Os espíritos rebeldes, ou demônios, junto com Lúcifer  foram condenados eternamente ao inferno porque desobedeceram a Deus e pecaram gravemente.  

3.       Os demônios tentam os homens

Os demônios, desde o momento em que pecaram, odeiam a Deus e a todos os que amam a Deus. Por isso desejam que os homens ofendam a Deus e sejam condenados ao inferno. Este é o motivo pelo qual os demônios tentam os homens. São muitos os exemplos na Sagrada Escritura: a tentação de Eva, quando o demônio se apresenta na forma de serpente (Gênesis 3,1-24); as tentações de Jesus, no deserto (Mateus 4,1-11); etc..

Eles nos tentam também, de muitas maneiras, levando-nos a fazer o que é contra a vontade de Deus. A forma habitual que usam para tentar-nos é a de  incitar nossas más inclinações ou aproveitando-se delas. A tentação não é pecado; é pecado se fazemos caso do que nos pede o demônio. Por isso, ao dar-nos conta da tentação, devemos acudir a Deus e dizer com todo o coração: "Afasta-te de mim, Satanás!". Também devemos acudir à Santíssima Virgem Maria, nossa Mãe e a nosso Anjo da Guarda.  

4.       A proteção dos Anjos da Guarda

No Antigo Testamento há um livro muito bonito, no qual se narra que Tobias devia fazer uma longa viagem, cheia de perigos. Então, busca um companheiro de viagem, e Deus envia o arcanjo Rafael que o acompanha e lhe mostra o bom caminho, devolvendo-o feliz a sua casa.

Nós também vamos a caminho do céu; neste caminho existem muitos perigos para a nossa alma e o nosso corpo. Deus nos dá um companheiro de viagem que está sempre a nosso lado, ainda que não o vejamos: é o Anjo da Guarda.

Nosso Anjo nos ama como o melhor dos amigos, nos protege dia e noite, e nos fala ao coração convidando-nos a fazer as coisas boas. Quando rezamos, ele apresenta nossa oração a Deus.  

5.       Uso da água benta

A Igreja recomenda aos cristãos usar a água benta, que é um sacramental, para implorar o perdão dos pecados veniais e alcançar a proteção de Deus contra as insinuações do demônio. Santa Teresa de Jesus dizia: "De nenhuma coisa foge mais o demônio, para não voltar, do que da água benta."  

6.       Propósitos de vida cristã

·         Aprender a Oração do Anjo da Guarda:

"SANTO ANJO DO SENHOR,

MEU ZELOSO GUARDADOR,

SE A TI ME CONFIOU A PIEDADE DIVINA,

HOJE E SEMPRE,

ME REGE, GUARDA, ILUMINA. AMÉM."

 

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 06 - DEUS CRIOU O MUNDO POR AMOR

INTRODUÇÃO. 

"No princípio, Deus criou o céu e a terra" (Gênesis 1,1). Assim começa a Bíblia, e o primeiro capítulo do Gênesis relata de maneira gráfica como Deus criou o mundo. Sem utilizar nenhum material pré existente, sem nenhum instrumento, Deus foi criando todas as coisas: o céu e a terra, os animais e as plantas... e por último o homem. Deus criou o mundo do nada.

A criação inteira é fruto do amor e onipotência de Deus: as coisas pequenas – ervas e insetos -, e as grandes: o sol, a lua, os sistemas planetários, as nebulosas, os mares.... O ser mais perfeito da criação visível é o homem. E Deus continua cuidando e governando tudo com Suas leis.

Que linda é a Criação! Ao contempla-la é fácil dar glória e louvor a Deus. Além disso, Ele quer que nós, homens cooperemos com Sua obra com o nosso trabalho. É tanta a dignidade do trabalho humano, que, como diz a Sagrada Escritura, o homem foi criado para que trabalhasse e assim dominasse a criação de um modo inteligente.

Neste tema veremos com detalhes o que significa afirmar que Deus tenha criado o mundo, tal como confessamos no Credo: "Creio em Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do céu e da terra".

 

IDÉIAS PRINCIPAIS. 

1. Deus é eterno.

Só Deus é propriamente eterno, quer dizer, não tem princípio nem fim. Em Deus, não existe passado nem futuro, mas UM PRESENTE IMUTÁVEL. Houve um momento no qual só Deus existia, mas Ele quis comunicar suas perfeições a outros seres; quis criar o mundo e especialmente, o homem, que foi feito à imagem e semelhança de Deus. Deus pensou em todos os homens – em cada um de nós – muito antes de nos criar. Não existíamos e já nos amava. E como Deus ama o homem, preparou para ele um lugar estupendo: o mundo com todas as suas maravilhas (o mar, as montanhas, os animais, as plantas, o céu etc..).

 

2. Deus criou o mundo do nada.

O homem necessita tempo e esforço para construir um edifício ou fabricar um objeto, além, é lógico, de um material pré existente. Deus, porém, fez todas as coisas com um só instante de Seu querer e tudo criou do nada. Antes de que Deus tudo criasse, não existia nada.

 

3. Criar não é o mesmo que fabricar.

Dizemos que Deus criou o mundo, e não que Deus fabricou o mundo, para indicar que, quando tudo começou a existir, não havia nada, sendo que foi Deus quem fez tudo, para que existisse. Criar quer dizer "fazer que exista algo que antes não existia, tirando-o do nada". O homem não pode criar, pode modificar, por exemplo, o curso de um rio, ou fabricar um tecido, usando para isto como matéria prima o algodão ou fibras sintéticas, ou montar um carro, usando peças previamente fabricadas.

 

4. Deus criou tudo para Sua glória e honra.

Quando contemplamos uma obra de arte – uma catedral, por exemplo -, nos maravilhamos e louvamos o gênio de seu autor. Aquela obra de arte é uma glória aos que a construíram.

Ao contemplar a grandeza do mundo: os astros, o mar, as plantas; ao ver a perfeição das coisas pequenas: um passarinho, um inseto, nos maravilhamos e louvamos a Deus, autor de tudo. O mundo é uma manifestação da perfeição divina, um reflexo do que Deus é. O mundo canta a glória de Deus. A esta glorificação deve unir-se o homem, não somente por ser criatura de Deus, a mais perfeita da criação visível, mas também porque Deus colocou todas as coisas a seu serviço. Pensando no homem, Deus criou todas as coisas e as colocou em suas mãos.

 

5. O trabalho e o domínio da terra.

Deus podia ter criado todas as coisas tal e como existem; por exemplo, as mesas e as cadeiras, as centrais elétricas... Mas quis que o homem dominasse a criação trabalhando e tirando proveito das mesmas. Quando o homem trabalha, colabora com Deus para dominar a criação, já que Deus assim o desejou.

E como na criação Deus fez tudo muito bem, porque é Deus e porque Lhe move o amor que tem aos homens, assim o homem precisa fazer bem as coisas, por amor a Deus, para que quando Deus veja esse trabalho, possa dizer: "O que faz o homem está bem feito". É necessário fazer tudo com dedicação e esforço, oferecendo-o a Deus.

 

6. Deus conserva e governa o mundo.

Para que as coisas durem, procuramos conserva-las: reparam-se os defeitos, engraxam-se as máquinas, protegem-se do frio ou do calor...; se não cuidamos das coisas, elas se estragam e não servem mais para nada. Podemos imaginar assim a conservação do mundo, com a diferença de que, se Deus não o conservasse, desapareceria, voltaria ao nada.

Além disso, Deus governa o mundo, de maneira especial aos homens, com umas leis que estão impressas em sua natureza, respeitando sempre a liberdade que lhes deu, como um dos grandes presentes.

 

7. Oferecer o trabalho do dia e mostrar agradecimento ao Senhor.

Ao iniciar o dia devemos oferecer a Deus tudo o que vamos fazer. Podemos usar esta oração:

"Adoro-Te, Meu Deus, e amo-te de todo o coração; dou-Te graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite. Ofereço-Te todas as minhas obras e Te peço que me guardes neste dia de todo pecado e me livres de todo o mal. Amém"

Para não comer como os pagãos que não conhecem a Deus, nós, cristãos, costumamos abençoar a mesa e agradecer depois de comer. Podemos dizer, antes de comer:

"Abençoai, Senhor, estes alimentos que, por Tua bondade, vamos tomar".

E ao terminar de comer:

"Nós Te agradecemos, Senhor, pelos benefícios que recebemos de Tuas

mãos."

O agradecimento deve abarcar nossa vida inteira, que é um dom de Deus.

 

8. Ter confiança em Deus.

O conhecimento da Providência que Deus exerce sobre o mundo e sobre cada um de nós, deve levar-nos a uma decisão confiada de pormo-nos em Suas mãos, para que de verdade e para sempre seja Ele a fonte de nossa serenidade, segurança e alegria.

 

9. Propósitos da vida cristã.

Procurar fazer todas as manhãs o oferecimento do dia, ao levantar-se. Pode-se usar o Oferecimento do "Apostolado da Oração", por exemplo.

Acostumar-se a oferecer a Deus tudo o que se faz, procurando fazer tudo com a maior perfeição e amor possíveis.

 

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

 

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Catecismo - 05 - O MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Introdução.

O segredo divino mais importante da Fé que Jesus Cristo nos revelou é o MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE. Jesus falou de seu Pai, que é Deus; do Espírito Santo, que também é Deus; e afirmou que ELE E O PAI SÃO UMA MESMA COISA (João 10,30), porque é o Filho de Deus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus –não três deuses – porque tem a mesma natureza divina, ainda que sendo três Pessoas realmente distintas.

Que Deus é UM em essência e TRINO em pessoas é a revelação de sua vida íntima, maior e mais profundo de todos os mistérios; além de ser o mistério fundamental de nossa fé e de nossa vida cristã. Temos de procurar conhece-Lo e vive-Lo! O Credo, ou Símbolo é a explicação do mistério trinitário: o que Deus é e o que fez por suas criaturas ao cria-las, ao redimi-las e ao santifica-las.

Idéias principais.

A Trindade, mistério de um só Deus e três Pessoas realmente distintas.

Nunca poderemos compreender os MISTÉRIOS, porque nós somos limitados e eles nos superam; sem dúvida, temos de tentar conhece-los cada vez melhor, para que nossa fé seja firme e operativa.

O Mistério da Santíssima Trindade consiste em que, em Deus há uma ÚNICA ESSÊNCIA e TRES PESSOAS DISTINTAS: Pai, Filho e Espírito Santo, cada uma das quais é Deus, sem ser três deuses, mas um único e só Deus.

Podemos comparar este Mistério com o sol: o sol está no céu e produz luz e calor; a luz e o calor não são distintos do sol. A Trindade é algo parecido: o Filho e o Espírito Santo são iguais em natureza ao Pai, mas são um só Deus. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Três pessoas e um único Deus.

A salvação, obra da Trindade.

Todas as coisas criadas foram feitas por Deus, Uno e Trino. Deus criou o mundo, ainda que a criação seja atribuída ao Pai; Deus realizou a Redenção, ainda que só a segunda Pessoa – O Filho – se fez homem e morreu na cruz; Deus nos santifica, ainda que a santificação seja atribuída ao Espírito Santo. Assim, pois, quando agradecemos a Deus tudo o que fez por nós e em nós, temos de agradecer a Deus Pai, a Deus Filho e a Deus Espírito Santo.

Inabitação da Trindade na alma em estado de graça.

Ainda que não seja fácil de explicar, é esta uma verdade que nos enche de alegria o saber que o homem que vive em estado de graça (sem pecado mortal) é TEMPLO VIVO DA SANTÍSSIMA TRINDADE BEATÍSSIMA (João 14,23). Desde o dia de nosso Batismo, se não recusamos a Deus através do pecado mortal, vive em nossa alma Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Temos a Deus dentro de nós para nos santificar, para nos ajudar, para estar conosco, porque nos ama. Podemos falar com a Trindade Beatíssima, sabendo que nos escuta e atende nossas súplicas. Sabemos disto pela Fé e, ainda que não O vejamos, nem O sintamos, é esta a verdade. Quando estamos na Graça de Deus, SOMOS TEMPLO DE DEUS!

No céu, "veremos" a Santíssima Trindade.

Aqui na terra sabemos que Deus está em nossa alma em estado de graça e que a vida cristã é uma luta constante para evitar o pecado. Se formos fiéis e nos esforçamos por amar a Deus cada vez mais, Ele nos concederá a maior coisa que poderíamos desejar: vê-Lo face a face, tal como Ele é. O grande premio do céu consiste em ver a Deus: contemplar, louvar, amar e gozar por toda a eternidade da Trindade Beatíssima. Toda a grandeza, toda a beleza, toda a bondade de Deus se volta sobre estas pobres criaturas que somos cada um de nós.

No monte Sinai, Moisés pediu para ver o rosto de Deus, e o Senhor lhe respondeu que nenhum homem pode vê-Lo sem morrer. Não obstante, no céu, a alma terá a possibilidade de VER o que Moisés quis ver na terra: a majestade de Deus.

Temos de louvar a Santíssima Trindade.

Pela fé, damo-nos conta de que ser cristãos é algo maravilhoso. Deus nos ama de uma maneira incrível: nos criou por amor, nos remiu de nossos pecados morrendo por nós, vive em nossa alma em estado de graça e nos preparou – se somos fiéis – um céu eterno. Nos deixou a Igreja e os Sacramentos para que possamos facilmente saber o que temos de fazer e viver sempre como bons cristãos, sendo cada vez mais santos. Temos de corresponder a tanto amor, e a vida cristã precisa ser um constante louvor à Trindade Santa.

Professamos nossa fé na Santíssima Trindade quando fazemos o sinal da cruz ou quando nos persignamos dizendo: "EM NOME DO PAI + E DO FILHO+ E DO ESPÍRITO + SANTO"; quando rezamos o GLÓRIA ou o CREDO na Santa Missa, e ao final da Oração Eucarística. Temos de procurar rezar estas orações e louvores à Trindade com fé viva e consciente, de modo que toda a nossa vida seja um constante louvor a Deus Pai, Deus Filho e Deus espírito Santo.

Propósitos de Vida cristã.

APRENDER O CREDO E RECITA-LO COM DEVOÇÃO

CONSIDERAR NA ORAÇÃO, QUE A SANTÍSSIMA TRINDADE – DEUS MESMO – ESTÁ NA ALMA EM ESTADO DE GRAÇA, PORTANTO, VIVER EM ESTADO DE GRAÇA (SEM PECADO MORTAL) É A ÚNICA COISA VERDADEIRAMENTE IMPORTANTE NESTA VIDA.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Catecismo - 04 - CREIO EM DEUS, PAI TODO PODEROSO

CREIO EM DEUS, PAI TODO PODEROSO

Introdução.

As primeiras palavras que dizemos no credo são: "Creio em Deus, Pai todo poderoso" (Símbolo dos Apóstolos), ou "Creio em um só Deus, Pai todo poderoso" (Símbolo de Nicéia-Constantinopla). Nossa profissão de fé cristã começa por Deus, por que Deus é o princípio e o fim de todas as coisas. E começa por Deus Pai, por que Deus Pai é a primeira pessoa da Santíssima Trindade.

Deus cuida com a sua providência de todas as coisas, mas especialmente cuida do homem. É nosso Pai do céu; em conseqüência, somos seus filhos: somos filhos de Deus! E para que o recordássemos constantemente, Jesus nos ensinou a rezar: "Pai Nosso, que estás no céu" (Mateus 6,9). Esta maravilhosa verdade cristã deve nos entusiasmar. Vejamos quem é Deus, esse Pai que está no céu.

Idéias principais.

1. Creio em um só Deus.

Esta é a grande verdade, a verdade absoluta: Deus é um e único, não há mais de que um só Deus. Iahwéh já o tinha manifestado ao povo de Israel: "Escuta Israel: o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força" (Deuteronômio 6,4-5), sendo Aquele que preside toda a história.

Também para nós, a fé em um único Deus nos move a voltarmo- nos a Ele como a nossa origem e nosso último fim; e a preferi-Lo acima de todas as coisas. A revelação de Jesus Cristo completará aquela do Antigo Testamento, e pelo ensinamento do Filho de Deus sabemos que o Deus único em essência  existe em três pessoas divinas: Pai, Filho e Espírito Santo.

2. O nome de Deus.

Moisés quis saber o nome de Deus ao contemplar a sarça ardente no monte Horeb, e Deus revelou Seu nome: "Eu sou o que sou" (Êxodo 3,14), Iahwéh. Quer dizer, Deus é, Deus é o que existe por si mesmo, sem depender de ninguém, princípio sem princípio, razão de ser de tudo o que é, origem de tudo, causa de tudo, fonte de todo ser, ser soberano, ser supremo: Deus!
 Em outras ocasiões, Deus se revela como rico em amor e fidelidade, aproximando-se ao homem para atrai-lo para Si, ao mostrar-lhe sua benevolência, sua bondade, seu amor. Podemos dizer, pois, que Deus é um ser espiritual, eterno, misericordioso e clemente, infinitamente sábio e bom, onipotente e justo, o ser por excelência, e o sumo amor. Jesus Cristo é quem revelou o conteúdo deste Nome, com um sentido novo: Deus Pai.

3. Deus Pai.

A afirmação da paternidade divina é o primeiro artigo do Símbolo e inicia a confissão da fé no Mistério Trinitário. O Símbolo é a confissão do Mistério da Trindade: Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, único Deus, única essência, em três pessoas realmente distintas. Junto com a confissão da fé em Deus Uno e Trino, proclamam-se também o Mistério da Encarnação, que é realizado pelo Filho de Deus, para redimir os homens, e o Mistério da Santificação, que se atribui ao Espírito Santo.

4. Deus Pai todo poderoso.

Das muitas perfeições que podemos assinalar em Deus, o Símbolo nos recorda a onipotência, posto que vai falar da criação, que é obra de poder e se atribui ao Pai. Mas também o Filho e o Espírito Santo são onipotentes como o Pai, já que a essência divina é única e as três pessoas são iguais em perfeição.

É muito necessária a confissão da onipotência de Deus porque com freqüência chegam ao homem as provas da fé, através da dor e do mal, que não entendemos e nos custa aceitar. Mas Deus é Deus, onipotente e clemente, que está próximo de nós com Sua Providência, para ajudar-nos.

5. Pai Nosso.

A revelação da paternidade de Deus no mistério inefável da Trindade de pessoas na única essência, nos facilita o caminho para compreender que Deus é também nosso Pai. Mas jamais o teríamos imaginado, se Deus não nos tivesse revelado. Foi o Senhor Jesus Cristo quem o disse a Seus discípulos: "Vós, porém, orai assim:  Pai Nosso" (Mateus 6,9), e é uma noticia que está presente em todo o Novo Testamento. É evidente que a filiação do Filho de Deus e a nossa são diferentes. Jesus é o Filho de Deus por natureza, da mesma natureza do Pai, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; nossa filiação em relação a Deus é por adoção, mediante o dom sobrenatural da graça que Deus nos infunde no Batismo. Por  isso, ainda que seja grande a dignidade da criatura humana, feita à imagem e semelhança de Deus na ordem natural, não se pode comparar com a dignidade da graça, que nos faz filhos adotivos de Deus.

6. Propósitos de vida cristã.

* Fazer muitos atos de adoração a Deus, durante o dia, dizendo: "Deus Todo Poderoso, eu Te adoro e Te bendigo".

* Rezar o Pai Nosso com pausa, entendendo o que digo.

* tratar sempre os outros com respeito, pensando que são filhos de Deus.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Catecismo - 03 - A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS: CRER

Introdução.

Ao ler o Evangelho se vê que Jesus Cristo pede um ato de fé antes de realizar o milagre; e se alegra, e louva as pessoas que - de um modo ou de outro - manifestam a sua fé. A fé é um grande dom de Deus, necessário para a nossa salvação; e a resposta do homem à revelação divina é crer o Ele nos falou, apoiados em sua autoridade divina.

Estudemos, pois, com atenção a este tema para saber o que é a fé e poder agradece-la mais a Deus. A fé é também necessária para aceitar e entender o que Deus ensina.

Idéias principais.

1. Pela fé podemos conhecer muitas coisas sobre Deus.

Sabemos com toda certeza o que Deus existe porque - mediante as coisas criadas - pode-se chegar a demonstrar a Sua existência. Mas existem questões fundamentais para o homem: como é Deus em si mesmo?, quem é Jesus Cristo?, o que há depois da vida?, questionamentos estes que não podem chegar a conhecer-se, ainda que se pense muito neles, se Deus não os tivesse revelado. Nós os conhecemos pela fé.

2. O que é a fé?

A fé é uma virtude sobrenatural pela qual - apoiados na autoridade divina - cremos nas verdades que foram reveladas, sabendo que Deus não pode enganar-Se nem enganar-nos. É, pois, um assentimento razoável, livre e sobrenatural, da inteligência e da vontade, à Revelação divina. Pela fé cremos em Deus e em tudo o que Deus nos revelou. Como o motivo que nos move a crer é a autoridade divina - não a evidência das verdades reveladas -, a inteligência do homem não está determinada a crer, e crê livremente, movida pela graça de Deus .

3. A fé é um presente de Deus.

Crer é um ato do homem, mas a fé é sobretudo um dom sobrenatural, um presente muito grande que Deus nos faz no momento do batismo. Só é possível crer pela graça e pelos auxílios internos do Espírito Santo.

4. Crer é uma coisa racional.

Às vezes se explica a fé dizendo que é " acreditar naquilo que não se vê", o que parece pouco racional. Sem dúvida, ainda que muitas coisas que se crêem não se compreendam, crer é uma coisa racional, porque é Deus quem revela, e Deus não pode enganar-Se nem enganar-nos. Também não se compreendem muitas coisas da natureza e as admitimos porque as ensina a ciência. Portanto, "crer" é um ato humano, consciente e livre, que não só não contradiz mas que dignifica a pessoa humana. A fé é livre antes, durante e depois do ato de fé.

5. Creio - Cremos.

Quando rezamos o credo, umas vezes dizemos: creio em Deus, no singular, porque a fé é um ato da pessoa que aceita livremente a autoridade de Deus que revela; em outras ocasiões dizemos: cremos em Deus - no plural - para significar que a fé, nós a recebemos, a professamos e a vivemos no âmbito comunitário da Igreja de Jesus Cristo na qual, com Ele, que é a Cabeça, formamos um só Corpo todos aqueles que crêem. Assim, a Igreja é como a Mãe de todos os fiéis, como diz São Cipriano ao relacionar a fé em Deus com o papel da Igreja: "Ninguém pode ter a Deus por Pai se não tem a Igreja como Mãe".

6. Crer naquilo que a Igreja nos ensina.

Jesus Cristo fundou a igreja para que continue Sua missão no mundo transmitindo Seus ensinamentos; para isso conta com a assistência do Espírito Santo. Por isso dizemos: "Creio em tudo o que diz e ensina a Santa Igreja, porque é o que me diz o próprio Deus". A certeza destas verdades não se apóia nas razões que possam dar-me os homens que estudam a Revelação, mas a autoridade de Deus que foi quem as revelou; e a Igreja, assistida pelo Espírito Santo, as transmite íntegras em virtude da infalibilidade com que Deus a dotou em coisas de fé e de moral.

7. A fé é necessária para a salvação.

A fé é necessária para a salvação. É o mesmo Jesus Cristo quem o afirma: "o que crer e for batizado, se salvará; mas o que não crer, será condenado". (Marcos 16,16). Há um quadro do apóstolo São Tomé que põe os dedos no lado aberto de Cristo. Como se recusou em acreditar na ressurreição de Jesus, o Senhor o repreende carinhosamente: " Tomé, porque viste, acreditaste: bem aventurados os que acreditarão, mas sem ver" (João 20,29). Temos de rezar por aqueles que não crêem, pedindo a Deus que lhes conceda a graça da fé, ajudando-os com nosso exemplo e doutrina, exercitando o apostolado da doutrina.

8. O Credo, resumo das verdades que devemos acreditar.

Desde o princípio os cristãos dispuseram de Símbolos ou Fórmulas de fé, que resumiam o ensinamento da Revelação divina. Existem várias formulações das verdades da fé, mas ocupam um lugar muito particular na vida da Igreja o Símbolo dos Apóstolos e o Símbolo de Nicéia-Constantinopla. Quando recitamos o Credo, estamos fazendo um ato de fé nas verdades fundamentais que Deus nos revelou.

9. Fazer muitas vezes atos de fé.

Deus nos deu um grande presente que é a fé, e temos de saber agradecer fazendo com os nossos lábios e com o nosso coração muitos atos de fé durante o dia:

Creio em Deus Pai, em Deus Filho, em Deus Espírito Santo.

Creio na Santíssima Trindade.

Creio em Jesus Cristo, Deus e homem verdadeiro.

Creio que Santa Maria é a Mãe de Deus de nossa Mãe.

Creio, Senhor, mas aumenta minha fé.

Creio que a Igreja Católica é minha Mãe.


10. Propósitos de vida cristã.

* Aprender bem o Credo (os dois Símbolos)

* Recitar sempre o Credo com devoção, não só na Missa

* Rezar pelos que não tem o dom da Fé

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

Identificação:

Blumenau, Santa Catarina, Brazil