quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O Sacramento da Penitência II

O Sacramento da Penitência II-Luiz Tadeu Dias de Medeiros

O Sacramento da Penitência

1- Origem Etimológica

A palavra penitência vem do Latim. poenitentìa,ae, "arrependimento, pesar, dor, compunção, contrição".


2-O Sacramento da Confissão – sua instituição

A Instituição do Sacramento da Penitência

· Na tarde do dia da Ressurreição, apareceu Jesus aos Apóstolos e lhes disse: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim envio-vos eu. Depois destas palavras soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo. A quem perdoares os pecados, lhes serão perdoados, e a quem os retiverdes, lhes serão retidos" (Jo 20, 19-23).

· Jesus Cristo, no seu amor, vem em auxílio do pecador por meio de um Sacramento especial. Durante sua vida terrena, perdoou aos pecadores arrependidos, e na Cruz expiou a culpa de toda a humanidade. No dia da sua Ressurreição, deu aos Apóstolos e aos seus sucessores no sacerdócio, o poder de perdoar os pecados em seu nome. Instituiu assim o Sacramento da Confissão ou Penitência e o confiou à sua Igreja.



3- O Sacramento da Confissão – o por quê de sua instituição

A) Porque devemos nos confessar.

· Deus, no seu amor paternal, deseja que todos os pecadores voltem para junto dele. Ele quer que nos afastemos dos nossos pecados, que nos convertamos a ele, nosso supremo Senhor e fim eterno. Jesus Cristo nos diz no Evangelho: "Fazei penitência, pois o Reino dos Céus está perto." (Mt 4,17).

· Mas para nos ajudar a fazer a penitência, Deus nos dá uma virtude especial para que tenhamos forças para nos arrependermos de nossos pecados. Essa força especial é a Virtude de Penitência.

· Pela virtude de Penitência, que Deus coloca no nosso coração, Ele nos leva a reconhecer toda Sua bondade, toda Sua santidade e como nós O ofendemos e O deixamos triste quando cometemos nossos pecados. Só mesmo conhecendo a Santidade, a Justiça e o Amor de Deus é que podemos reconhecer como nossos pecados ofendem a Deus.

· Deus quer que tenhamos grande arrependimento por nossos pecados.

B) O que quer dizer "se arrepender" ?
· Arrepender-se quer dizer não querer de maneira nenhuma continuar com a alma manchada pelo pecado, sentir uma dor profunda por ter traído a bondade de Deus, ter ofendido e entristecido a Deus, que nos ama tanto.

· Na nossa família nós temos um bom exemplo do que é o arrependimento, quando deixamos nossos pais tristes e ofendidos. Logo vem aquela dor, aquela vergonha e, ao mesmo tempo, a certeza de que eles vão nos perdoar, se pedirmos desculpas, porque sabemos que eles nos amam muito. Com Deus também acontece assim.

· Com essa diferença: o arrependimento dos nossos pecados nos abre novamente as portas do Paraíso, nos devolve a amizade com nosso Deus, que morreu na Cruz para nos salvar.

· Mas se não tivermos o arrependimento, será que Deus nos perdoará dos nossos pecados?

C) O arrependimento
· É fácil perceber que sem um sincero arrependimento, Deus não pode nos perdoar.

· Há vários tipos de arrependimento pelo pecado:

- Arrependimento humano: estamos arrependidos porque temos medo do castigo que receberemos de nossos pais. Esse arrependimento humano nada adianta para o perdão dos pecados.

- Arrependimento imperfeito: chama-se também contrição imperfeita ou atrição – estamos arrependidos porque temos medo do castigo de Deus.

- Arrependimento perfeito: chama-se também contrição perfeita – estamos arrependidos não mais por causa do castigo dos pais ou de Deus, mas porque ofendemos a Deus, traímos o amor de Deus, nosso Pai tão bom e amoroso, nosso Redentor e Salvador. Esta dor é chamada perfeita porque vem do amor que sentimos por Deus. É essa contrição perfeita que nós manifestamos quando rezamos o Ato de Contrição. Devemos saber de cor o Ato de Contrição para rezá-lo no confessionário e também em todos os momentos de tentação e perigo de nossa vida.


"Meu Deus, eu tenho muita pena de ter pecado, pois ofendi a Vós, meu sumo Bem, e mereci os castigos de Vossa justiça. Perdoai-me, Senhor, não quero mais pecar".

Existe um Ato de Contrição mais bonito e mais completo:

«Senhor meu Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, criador e redentor meu, por serdes Vós quem sois, sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas, e porque Vos amo e estimo, pesa-me Senhor, de todo o meu coração de Vos ter ofendido; pesa-me também de ter perdido o céu e merecido o inferno; e proponho firmemente, ajudado com o auxílio da Vossa divina graça, emendar-me e nunca mais Vos tornar a ofender. Espero alcançar o perdão das minhas culpas pela Vossa infinita misericórdia. Amém.»

· Porém, só o arrependimento não basta! É preciso que ele seja acompanhado pelo bom propósito.

D) O que é o propósito?


· É a vontade firme e sincera de não mais cometer aquele pecado.

· Se tivermos a contrição perfeita e o firme propósito de não mais pecar, devemos esperar com toda confiança o perdão de Deus. Ele é infinitamente misericordioso, chegando até a enviar seu Filho, o Verbo Encarnado, Jesus Cristo, para morrer pagando nossos pecados.

· Essa virtude de Penitência não serve apenas para que nasça em nosso coração o arrependimento e a dor por ter pecado. Ela nos ajuda ainda a realizar certos atos exteriores, as obras de penitência, que servem para diminuir a pena do Purgatório, que teremos de pagar antes de irmos para o Céu; serve para dominar nossas más inclinações, nossos defeitos dominantes; e, também, para nos fortificar no bem.

· São obras de penitência: rezar, jejuar, dar esmolas, suportar com paciência os sofrimentos e contrariedades, aceitar os incômodos da vida. A melhor obra de penitência é receber o Sacramento da Penitência, que é a Confissão.

E) A Tentação, o Pecado e o Sacramento da Confissão

Deus quer que a nossa vida aqui na Terra seja um tempo de provação, para podermos alcançar a glória do Paraíso, não somente como um presente mas também como prêmio pela vitória. Por isso Ele permite que sejamos tentados e mesmo que, por nossa fraqueza, façamos pecados, pondo assim em risco a nossa Salvação Eterna.

E.1 A Tentação

· Quando Jesus foi tentado no deserto, levou-o o demônio a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória e disse-lhe: "— Tudo isso lhe darei se, prostrado em terra, me adorares. Respondeu-lhe Jesus: Afasta-te Satanás! Pois está escrito: adorarás ao Senhor teu Deus e só a Ele servirás. Então o demônio o deixou e eis que vieram os anjos e O serviram." (S. Mateus, IV, 8-11).

· Enquanto vivermos na Terra estaremos sujeitos à tentação. O demônio emprega toda sua astúcia e maldade para fazer com que pequemos e nos condenemos para sempre.

· Deus permite a tentação. Ele quer nossa vitória, mas ao mesmo tempo Ele quer que nós saibamos reconhecer nossa fraqueza ficando humildes: a luta deve também nos fortificar para que nossa recompensa seja, um dia, ainda maior.


· Deus nos ajuda na tentação. Ele é fiel: se Ele permite que sejamos tentados, Ele também nos dá as graças para vencer a tentação. Deus está sempre do nosso lado.

Como fazer quando somos tentados?

  Devemos resistir imediatamente à tentação e invocar o auxílio de Deus. Às vezes bastará uma oração jaculatória ou o Sinal da Cruz. Muitas vezes o melhor é não fazer caso da tentação, ocupar-se com alguma outra coisa e acabar esquecendo o pecado. Devemos evitar as más companhias que podem nos conduzir à ocasiões de pecado.

 Sentir uma tentação é pecar?

- Não. Só haverá pecado se nós consentirmos na tentação, ou seja, se nós aceitarmos o pecado que a tentação propõe. Mas já é pecado se nos expormos à tentação ou não a combatermos com fervor.

- Para a minha vida: Na tentação direi: Nunca, Jamais! e rezarei: Senhor, ajudai-me!

- A tristeza e o abatimento são os maiores aliados da fraqueza e do mal. Por isso sejam sempre alegres.

Os Santos nos ensinam:

"Quem não é tentado não é provado: quem não é provado não progride" (Sto. Agostinho).

"Quanto mais se luta, mais se demonstra o amor a Deus" (Sta. Tereza D'Ávila).

"Se nos deixarmos levar pela mão de Deus, venceremos o demônio: se combatermos sozinhos, seremos vencidos" (Sto. Agostinho).

E.2 O Pecado

· Muitas vezes não damos ouvidos aos conselhos de Deus, mas consentimos na tentação. Pecamos contra Deus, Sua vontade e Sua ordem. Desobedecemos à Lei de Deus com consciência, querendo fazer o pecado.

O pecado pode ser mortal ou venial.

· O Pecado Mortal – O pecado mortal é um pecado sobre matéria grave, onde desobedecemos os mandamentos de Deus ou da Igreja. Para ser mortal, deve haver matéria grave e vontade firme de pecar.

· O que quer dizer matéria grave? Vamos dar um exemplo. Todos sabem que roubar é pecado. Se você rouba uma bala de um amigo da escola, a matéria do pecado é leve, é muito pouca coisa. Se você rouba um saco de balas ou a carteira de dinheiro, a matéria do pecado é grave.

· O que quer dizer vontade firme? Dizemos também: ter pleno consentimento do pecado. Ou seja, você sabe perfeitamente que aquilo é pecado, você poderia recusar, mas você faz assim mesmo. Todas as vezes que fazemos algo contra os dez mandamentos da Lei de Deus e contra os cinco mandamentos da Igreja, em que há matéria grave e pleno consentimento, comete-se pecado mortal.

· O pecado mortal é uma grave injúria que se faz a Deus. Com o pecado mortal o homem se rebela contra seu Criador e Senhor. Deste modo, ofende a Deus, Santidade infinita, e retribui com a mais vergonhosa ingratidão ao amor de seu bondoso Pai e de seu Redentor crucificado.

· O pecado mortal é, ao mesmo tempo, uma terrível desgraça para o homem: rouba-lhe a vida da graça e a amizade de Deus: ele perde todos os méritos que já tinha ganho; passa a merecer a condenação eterna do inferno e os castigos temporais. Enquanto o pecador não se arrepender, estará morto para o Céu.


"É impossível que venha a cometer um pecado mortal o homem que reza com verdadeiro fervor e continuamente invoca a Deus" (S. João Crisóstomo).

· O Pecado Venial - É o pecado que não nos afasta inteiramente de Deus, mostra certa negligência do nosso amor e serviço de Deus, mas não chega a ser uma grave traição. Esses pecados podem ser perdoados sem a Confissão, bastando rezar um Ato de Contrição, pedir sinceramente perdão a Deus e não querer fazer mais aquilo. Deus perdoa assim o pecado venial. Eles não acarretam a morte eterna e o inferno, mas não deixa de ferir nossas almas e aumentar o tempo do Purgatório.

- Comete-se pecado venial quando se peca em matéria menos grave, como por exemplo o que vimos do roubo de bala. Podemos cometer pecado venial também por falta de vontade firme de não pecar.

- Por isso, a grande importância da Confissão freqüente. Mesmo que estejamos arrependidos de ter feito algo que consideramos errado, o melhor que temos a fazer é nos confessarmos. Na Confissão, o Padre poderá esclarecer todas as nossas dúvidas, e certamente ficaremos mais tranqüilos e felizes por recebermos a Santa Comunhão e vivermos em constante estado de graça.

- Mas não é porque o pecado venial seja leve que podemos viver pecando assim. Todo pecado, mesmo venial, é uma ingratidão para com nosso Pai Celeste. Devemos nos esforçar para evitar também os pecados veniais. Além disso eles nos prejudicam, principalmente quando os cometemos deliberadamente. Perdemos por causa deles muitas graças e diminui em nós o amor de Deus e o gosto pelo Bem. E, depois, com a alma enfraquecida com muitos pecados veniais, logo virão pecados mortais. Como todo pecado, o pecado venial nos traz penas temporais que teremos de pagar ou com nossos sofrimentos aqui na Terra ou com muito sofrimento no Purgatório.

- Para minha vida: Quando, na tentação, me vier um pensamento assim: ... afinal, isso não passa de um pecado venial, responderei a mim mesmo: o Divino Salvador na Cruz teve de sofrer também pelos pecados veniais.


4-O Sacramento da Confissão – outras informações

a. Quando devemos nos Confessar

  Devem receber o Sacramento da Penitência todos aqueles que cometeram algum pecado mortal depois do Batismo. Não há obrigação de confessar os pecados veniais, pois estes podem ser perdoados também de outros modos, como fazendo um Ato de Contrição perfeito, rezando devotamente um Confiteor, fazendo uma boa ação por amor a Deus. Mas é muito útil confessarmos também deles, pois na Confissão Jesus Cristo vem em nosso auxílio por meio de abundantes graças próprias deste Sacramento, por exemplo, forças especiais para não pecar novamente. É, pois, muito útil confessar regularmente, mesmo os pecados veniais.

  Além de confessar os pecados mortais e os pecados veniais, a Confissão também serve para expor uma dúvida que esteja nos afligindo, para pedir um conselho ao Padre, para pedir uma explicação. Essas coisas podem ser ditas em outra hora, mas o confessionário ajuda a conversar sobre a vida espiritual e moral.



b. A Forma e a Matéria da Confissão

  Jesus Cristo ordenou que no Sacramento da Confissão, os pecados fossem perdoados ou retidos, ou seja, não perdoados ou deixados para uma próxima Confissão. Cabe ao Padre julgar, como juiz que ele é, se há verdadeiro arrependimento. Como o Padre não pode adivinhar os nossos pecados, nós devemos confessá-los, ou seja, declará-los, dizê-los claramente, sem esconder nenhum deles. Os nossos pecados assim ditos diante do Padre constitui a matéria do Sacramento da Confissão.

  Depois que confessamos, arrependidos, os nossos pecados, o Padre nos absolve com as palavras da forma do Sacramento: Eu te absolvo dos teus pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Vemos assim que é preciso três coisas principais neste Sacramento: a matéria (os pecados confessados), a forma (absolvição pelo Padre) e o arrependimento.

c. Os efeitos da Confissão

  Quando o Sacerdote nos absolve, Jesus Cristo, nosso Redentor, nos perdoa todos nos nossos pecados. Nós, que estávamos afastados de Deus pelo pecado, somos reconciliados com o Pai Celeste, pelo perdão do pecado e da pena eterna. A Confissão nos restitui, nos devolve a graça santificante, a amizade de Deus, bem como os méritos que perdemos por causa do pecado. A Confissão nos traz muitas forças para não mais pecar.

  A pena eterna nos é perdoada. O que isso quer dizer?

  Quando cometemos um pecado mortal, ficamos sujeitos a dois tipos de castigo:

- a pena eterna, que é a condenação ao inferno, onde nunca se vê a Deus e onde se sente ódio de Deus, de si mesmo e de todos;

- a pena temporal, que é o sofrimento do fogo que queima as almas do inferno.

  Quando nos arrependemos do pecado e recebemos a absolvição, somos imediatamente perdoados da pena eterna, ou seja, não vamos mais para o inferno. Mas continuamos sujeitos à pena temporal, ao fogo. Para pagar esta pena temporal e poder entrar no Céu perfeitamente puras, as almas passam pelo Purgatório. Lá elas sofrem muito, sofrem também no fogo, mas este sofrimento tem a consolação de se saber que em breve estarão no Céu, na Felicidade Eterna, vendo a Deus face a face e podendo amá-lo e adorá-lo eternamente. Mas as almas do Purgatório sofrem muito. Por isso devemos rezar muito por elas, pedindo a Deus, à Nossa Senhora, à São Miguel Arcanjo, que levem estas almas sofredoras para o Céu.

  Mas Deus nos ajuda também para diminuir o tempo que devemos passar no Purgatório. Como?

  Ele permite que nós tenhamos muitos sofrimentos aqui na Terra. Quando somos católicos e conhecemos todas estas coisas que estamos estudando, aprendemos a oferecer estes sofrimentos a Jesus, em vez de ficarmos reclamando e praguejando contra Deus.

w Nossas orações também servem para diminuir nossa pena temporal. Por isso, na Confissão, o Padre nos dá a penitência. Esta oração, ou a obra que o Padre nos manda fazer (jejum, esmola, sacrifício) serve para diminuir nossa pena temporal. Por isso, em vez de desejarmos penitências pequenas e rápidas, devemos nos alegrar quando o Padre nos pede algo que devemos fazer com algum esforço, pois estaremos diminuindo mais a nossa pena temporal.



d. Como devemos nos Confessar

  Exame de consciência. Devemos rezar ao Divino Espírito Santo para que Ele nos ilumine sobre nossos próprios pecados. Refletimos, procuramos nos lembrar de todos os pecados que cometemos desde a última Confissão. Podemos ter ofendido a Deus por pensamentos, por atos pecaminosos, por omissões no nosso dever.

  Devemos nos lembrar do pecado, mas também do número de vezes que o cometemos e de alguma coisa que possa ter agravado ou diminuído a gravidade do pecado. Tudo isso devemos dizer ao Padre.

  Quando já sabemos mais ou menos o que vamos dizer ao Padre, nos aproximamos do confessionário com respeito e recolhimento. Muitas crianças não entendem bem que a Confissão é uma cerimônia religiosa, um rito, e não uma conversa com o Padre. Estamos ali diante de Deus.

  Pedimos a benção ao Padre, dizemos quando foi nossa última Confissão, e dizemos todos os pecados, uma após o outro, com o número e algum detalhe importante, sem alongar muito os detalhes que nos levaram a cometer o pecado. Se for necessário algum detalhe a mais, o Padre perguntará. Não podemos esconder nenhum pecado grave, pois isso tornaria a Confissão inválida e estaríamos abusando da bondade de Deus. Muitas pessoas, por vergonha, escondem algum pecado. O Padre, que não pode adivinhar, dá a absolvição, mas Deus não perdoa uma alma mentirosa. Depois aquela pessoa vai para a Missa e ainda comunga, cometendo o pecado de sacrilégio. Tenhamos sempre sinceridade nas nossas confissões.

  Quando terminamos de confessar, ouvimos os conselhos do Padre. Sempre aprendemos alguma coisa boa para nossa alma nesta hora. Prestemos muita atenção! E procuremos agir segundo estes conselhos, principalmente quando se trata de reparar algum mal causado aos outros, como pedir desculpas a alguém, devolver algo roubado, etc. O Padre, nesta hora, nos dará a penitência, que rezaremos assim que possível, de preferência logo após a Confissão, em união à Paixão de Nosso Senhor. Depois, ele nos manda rezar o Ato de Contrição. Enquanto rezamos, ele nos dá a absolvição, que termina com esta bela oração:

«Que a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os méritos da bem-aventurada Virgem Maria e de todos os Santos, e tudo o que tiverdes feito de bom e suportado de mal, vos seja aplicado para a remissão dos pecados, aumento das graças e para a recompensa da vida eterna. Amém.»

  Que Deus não permita que nos afastemos algum dia da prática da Confissão regular, meio seguro de alcançar a salvação eterna!

· Leituras Sugeridas

· Lc 22, 19
· 1Cor 1, 18-24
· Sacrosantum Concilium 47
· Eclo 18,20

· 2 Cor 7,10
· Sl 33,19 e 76,6
· Gl 6,4
· Lc 15,17


¨ Reflexões


1. O que você se pensa da confissão? Você crê no perdão que o sacramento da reconciliação lhe concede? Por que?

2. Por que hoje muitos já não querem mais aceitar a confissão individual e auricular?

3. O que você acha da confissão comunitária? Satisfaz a sua consciência?



4. Como você faz o seu exame de consciência? Você também examina a consciência a respeito das omissões?

RESUMO :

  A penitência é o sacramento no qual o sacerdote em nome de Deus perdoa ao homem os seus pecados.

  Para uma boa confissão são necessários: o exame de consciência, arrependimento, bom propósito, confissão dos pecados e satisfação.

  Examinar a consciência significa: pôr-se na presença de Deus, refletir sobre a vida passada. E lembrar-se dos pecados cometidos por pensamentos, palavras e omissões.

  Quem se confessa deve prometer emendar a sua vida, evitar a ocasião do pecado, e reparar o dano causado.

  A acusação feita com humildade e sinceridade é a declaração dos pecados cometidos. É obrigatório sob pena da nulidade da confissão declarar todos os pecados mortais cometidos depois da última confissão.

  Depois de ter recebido o perdão dos pecados é necessário agradecer a Deus pela graça da absolvição dos pecados e cumprir a penitência imposta.


Luiz Tadeu Dias de Medeiros

Fonte: Universso Católio

Sacramento da Penitência I

Sacramento da Penitência I

Perguntas e respostas sobre o Sacramento da Penitência

1. O que é o sacramento da Penitência?


O sacramento da Penitência, ou Reconciliação, ou Confissão, é o sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para apagar os pecados cometidos depois do Batismo. É, por conseguinte, o sacramento de nossa cura espiritual, chamado também sacramento da conversão, porque realiza sacramentalmente nosso retorno aos braços do pai depois de que nos afastamos com o pecado.

2. É possível obter o perdão dos pecados mortais sem a confissão?

Depois do Batismo não é possível obter o perdão dos pecados mortais sem a Confissão, embora seja possível antecipar o perdão com a contrição perfeita acompanhada do propósito de confessar-se.

3. E se depois de feita a constrição a pessoa não se confessa?


Quem se comporta desta maneira comete uma falta grave. Pois todos os pecados mortais cometidos depois do batismo devem ser acusados na Confissão.

4. O que se requer para fazer uma boa confissão?


Para fazer uma boa confissão é necessário: fazer um cuidadoso exame de consciência, arrepender-se dos pecados cometidos e o firme propósito de não cometê-los mais (contrição), dizer os outros pecados ao sacerdote (confissão), e cumprir a penitência (satisfação).

5. O que é o exame de consciência?

O exame de consciência é a diligente busca dos pecados cometidos depois da última Confissão bem feita.

6. No exame de consciência é necessário ter exato o número dos pecados?

Dos pecados graves ou mortais é preciso acusar também o número, porque cada pecado mortal deve ser dito na confissão.

7. O que é a dor dos pecados?


A dor dos pecados é o sincero pesar e a repulsa dos pecados cometidos.

8. De quantos tipos é a dor?


A dor é de dois tipos: dor perfeita (ou contrição) e dor imperfeita (ou atrição).

9. Quando se tem dor perfeita ou contrição?


Tem-se a dor perfeita ou contrição quando se arrepende dos próprios pecados porque se ofendeu a Deus, imensamente bom e digno de ser amado: quando a dor nasce do amor desinteressado a Deus, quer dizer, da caridade

domingo, 1 de junho de 2008

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Blog da Catequese

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Catecismo - 11: “JESUS NASCEU DE SANTA MARIA, VIRGEM”

INTRODUÇÃO:

O Evangelho de São Lucas conta que Deus enviou o arcanjo São Gabriel a Nazaré, manifestando a Maria que tinha sido escolhida para ser a Mãe de Deus. Muitos quadros representam esta cena, que chamamos de Anunciação.

A conversação entre o arcanjo e a Virgem termina com esta aceitação humilde e confiada: "Eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a sua palavra" (Lucas 1,38). Naquele mesmo instante realizou-se a ENCARNAÇÃO DO VERBO nas puríssimas entranhas da Santíssima Virgem, e nove meses mais tarde nascia Jesus - verdadeiro Deus e verdadeiro homem - em Belém.

A Virgem não é só a Mãe de Deus: é também nossa Mãe. Quando morria na cruz, Jesus deu-nos Maria por Mãe. Ela vive no céu como Rainha e Senhora de todo o criado, mas nos vê, nos ouve e, sobretudo, nos ama. Como as mães da terra, a Virgem cuida de nós e nos protege. Temos de conhecer e amar muito àquela que é a Mãe de Deus e nossa Mãe.

IDÉIAS PRINCIPAIS

1. Maria é verdadeiramente Mãe de Deus
Todos temos uma mãe, e é de verdade nossa mãe porque nos engendrou e deu à luz. Maria engendrou o corpo de Jesus, no qual Deus infundiu a alma; e no mesmo instante, a este corpo e alma uniu-se a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade: o Verbo de Deus. Desta forma o Filho de Deus se fez homem sem deixar de ser Deus.
Maria carregou durante nove meses em seu seio a Jesus Cristo, com seu corpo, sua alma e sua Divindade, depois dos quais nasceu em Belém. Por isto é verdadeira Mãe de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. É verdadeiramente a Mãe de Deus.

2. Principais dogmas e privilégios marianos
O maior dom que Deus concedeu a Maria Santíssima é o de ser sua Mãe. E, por ser sua mãe, a encheu de graça e de extraordinários privilégios. Queremos conhecer muito bem à Virgem, e por isto convém saber o que Deus fez nela:
a) A Imaculada Conceição. Esta prerrogativa significa diretamente que a Virgem não teve pecado original; desde o mesmo instante de sua concepção e em atenção aos méritos de seu Filho, Jesus Cristo, Deus a preservou imune da culpa original. Mas supõe, ao mesmo tempo, que Deus a dotou de santidade inteiramente singular, como o expressou o arcanjo São Gabriel ao saúda-la no momento da Anunciação: "Ave, ó cheia de graça" (Lucas 1,28)
b) Foi sempre virgem. É também dogma da fé católica que Maria foi sempre Virgem: antes de engendrar a Cristo, no nascimento e depois de nascer. Por isto chamamos Maria " A Virgem".
c) A Assunção. Maria está em corpo e alma no céu. Outro grande privilégio de Maria é que, depois de terminar o curso desta vida, foi levada em corpo e alma ao céu. Este privilégio é decorrente da isenção do pecado original.
d) Outros privilégios da Virgem. Maria é também Co-redentora, pois foi associada por Cristo à redenção do gênero humano. É a Rainha e Senhora de tudo o que foi criado, como dizemos no 5o mistério do Santo Rosário. É a Mãe da Igreja e a Medianeira de todas as graças. E, sobretudo, para nós, é nossa Mãe.

3. Maria é nossa Mãe
É uma maravilha saber que Deus adornou a sua Mãe com tantas graças, querendo que fosse também nossa Mãe. Compreendamos as razões de sua maternidade para conosco:
a) Porque Jesus Cristo é nosso irmão. São Paulo diz que Jesus Cristo é "o primogênito entre muitos irmãos" (Romanos 8,29). Logo, se Maria é a Mãe de Jesus, nosso irmão, com toda a razão podemos chamá-la, assim como Ele, "Nossa Mãe", ainda que a maternidade em relação a Cristo seja física e natural, enquanto que, em relação a nós, seja maternidade espiritual.
b) Porque Jesus Cristo deu-nos Maria como Mãe. Ao pé da cruz São João representava a toda a humanidade quando Jesus Cristo lhe entregou a Maria como mãe. A ele e a nós com ele, disse: "Eis a tua mãe" (João 19,27). Desde aquele momento, todos nós cristãos, recebemos a Maria em nossa casa, em nosso coração, e a temos como nossa mãe.
c) Porque ela intercede por nós. Os cristãos de todos os tempos, e também nós, pedimos coisas à Virgem, que está em corpo e alma no céu. Ela está ali, mas nos escuta, nos ajuda, nos quer como filhos. Cada um de nós poderia contar muitas coisas que Deus nos tem concedido pela intercessão de Maria, nossa Mãe. Muitíssimas outras Ele nos concede, pela mesma intercessão maternal de Maria, sem que o saibamos. Ela nos ama como filhos e pede a Deus o melhor para cada um de nós.

4. Temos de comportar-nos como bons filhos da Virgem Maria
Com nossa mãe da terra nós não nos confortamos em conhece-la e saber que nos ama e se preocupa conosco; o bom filho é o que corresponde a este amor e o demonstra com obras: tem com ela detalhes de carinho, obedece-a prontamente, a ajuda, faz as coisas que lhe agradam e evita as que a deixam desgostosa, etc..
Com nossa Mãe do céu acontece a mesma coisa. Depois de conhece-la muito bem, é preciso quere-la com obras. E demonstramos com obras que queremos bem a Virgem, se nos comportamos como a ela agrada, e vivemos, em relação a ela, alguma devoção mariana.

5. PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ
· Adquirir algum tipo de devoção a Nossa Senhora, e vive-la cada dia
· Aprender e rezar muitas vezes, as orações dirigidas a Nossa Senhora

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela
Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España
Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

Catecismo - 10- CREIO EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, NOSSO SENHOR.

INTRODUÇÃO:

            Os jornais contam que alguém – mulheres, homens e também crianças- expôs heroicamente sua vida para salvar a outros, sofrendo perigos, inclusive a morte, para ajudar seus semelhantes. Podem ser chamados "salvadores"; e os que por eles foram salvos recordam com agradecimento àqueles que lhes ajudaram em momentos difíceis. No tema anterior, dizíamos que Deus teve piedade dos homens e lhes prometeu um Redentor para salvar a humanidade do pecado e de suas graves conseqüências. Para salvar-nos, Deus enviou seu Filho, que é Jesus Cristo.

            Os Evangelhos contam o que Jesus fez e ensinou, mostrando que é verdadeiro homem: nasce de uma mulher – a Virgem Maria -, tem corpo como o nosso, fala, chora, tem fome, sofre... Também proclamam os Evangelhos sua divindade: faz milagres, perdoa os pecados, diz de si mesmo que é o Filho de Deus e ressuscita por sua própria virtude. Como afirma a fé da Igreja, Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

            Além de Salvador e Redentor, Jesus Cristo é o modelo para os homens, especialmente para os cristãos. É lógico que tenhamos especial interesse por conhecer quem é Jesus Cristo: sua vida na terra, sua paixão, morte, ressurreição e ascensão aos céus; sua doutrina. Cristo vive, e não só temos de conhece-lo, mas, principalmente, ama-lo, cada dia um pouco mais. Nós o amaremos se tivermos trato com Ele. E como amar a Cristo? Através da oração e dos sacramentos.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1.        Deus não abandonou os homens, apesar do pecado

Apesar do pecado, Deus continuou a amar os primeiros pais e a seus descendentes, e

quis restaurar o que o pecado tinha destruído. E prometeu que salvaria aos homens de seu pecado, recuperando o dom da graça: voltariam a ser filhos de Deus e herdeiros do céu, ainda que sem recuperar os dons preter naturais, quer dizer, os privilégios que o Senhor ajuntou à natureza humana: imortalidade do corpo, imunidade de enfermidades etc..

2.        Ao largo da história, Deus recorda a promessa que fez a Adão e Eva

Para que os homens não se esquecessem de que iria enviar ao mundo um Salvador,

Deus lhes  recorda com freqüência esta promessa por meio de Abraão, Moisés, Davi... São os profetas, sobretudo, os que falam do Messias, do Salvador que haveria de chegar: Isaías (7,14) proclama que nascerá de uma "virgem"; Miquéias (5,2) assinala inclusive onde vai nascer: em "Belém".

3.        O Salvador ou Messias é Jesus Cristo

Para salvar o mundo de seus pecados, Deus não manda um anjo: envia seu próprio

Filho. Por isto diz o Senhor: "Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho Unigênito" (João, 3,16). O Salvador é Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido das entranhas puríssimas da Virgem Maria. Por isto o Senhor se chama Jesus, que quer dizer "Salvador". O arcanjo São Gabriel assim o disse a São José: A Virgem " dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque salvará seu povo de seus pecados" (Mateus 1,21).

4.        Jesus Cristo é verdadeiro Deus

Nós sabemos que Jesus Cristo é Deus porque Ele assim nos disse e porque o demonstrou

com suas obras. Nos disse: "Eu e o Pai somos uma mesma coisa (João 10,30); quem vê a mim, vê o Pai (João14,9); ninguém conhece ao Pai senão o Filho" (Mateus 11,27).

            Jesus Cristo faz coisas que só Deus pode fazer. Cura os mudos, os cegos, os leprosos...; ressuscita seu amigo Lázaro, o filho da viúva de Naim...., perdoa os pecados do paralítico, os de Madalena, os da mulher adúltera...; e tudo isto o faz por sua própria virtude e poder, porque é Deus.

5.        A ressurreição de Cristo, a maior prova de que é Deus

Jesus Cristo morreu verdadeiramente e ressuscitou também de verdade. Apareceu repetidas vezes a seus discípulos, e estes assim o testemunharam. Seus inimigos queriam ocultar esta prova de sua divindade (Mateus 28,11-15). A ressurreição de Cristo é a maior prova de que Ele é Deus, pois ressuscitou por sua própria virtude.

6.        Jesus Cristo é verdadeiro homem

Jesus Cristo é igual a nós, menos no pecado e no erro. Ele não teve nenhum pecado,

nem se enganou jamais. Teve uma mãe como a temos nós; trabalhou com suas mãos, ajudando São José; teve fome e sede, comia e bebia; cansava-se depois de fazer um esforço; teve amigos e chorou quando morreu seu amigo Lázaro; alegrava-se com seus discípulos, com as crianças.... Jesus Cristo não é somente perfeito Deus, mas também é perfeito homem.

7.        Jesus Cristo vive e é nosso modelo

Jesus Cristo venceu a morte, ressuscitou e subiu aos céus. Como Deus, está em todas as

partes e a tudo vê e ouve. Jesus Cristo está no céu e na Eucaristia.

            Podemos falar com Ele de nossas coisas e de suas coisas.Ele nos escuta e nos fala, não com palavras, mas em nosso coração. Temos que aprender de Jesus, porque com sua vida, com suas obras e suas palavras, nos ensinou o que temos de fazer para salvar-nos e como o temos de fazer. Ele mesmo disse: " Eu sou o caminho, a verdade e a vida"  (João 14,6).

8.        É preciso conhecer e tratar a Jesus

Os amigos saem juntos, conhecem onde vive cada um, como pensam, qual é sua vida,

falam de suas coisas. Com Jesus, acontece o mesmo. Se quisermos ter trato de intimidade com Ele, o  encontraremos no  EVANGELHO, na ORAÇÃO e no SACRÁRIO.

-          O EVANGELHO. Quando lemos o Evangelho, conhecemos mais a Jesus: como é, como quer seus amigos, o que espera deles. Por isto, devemos ler todos os dias o Evangelho, mesmo que seja por uns poucos minutos.

-          A ORAÇÃO.  Podemos fazer um momento de oração na Igreja ou em nossa casa, em um lugar onde estejamos tranqüilos e em silêncio, para falar com o Senhor do que nos preocupa, pedindo-lhe o que necessitamos ou desejamos e dando-lhe graças por tudo.

-          A VISITA AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO, PRESENTE NO SACRÁRIO. Mesmo que Jesus esteja em todas as partes, porque é Deus, está de uma maneira especial presente no sacrário. É muito bom que todos os dias o visitemos, ainda que brevemente, para cumprimenta-lo, falar com Ele, escutar o que nos diz no fundo de nossa alma. Também temos de cumprimenta-lo com nosso coração, quando vemos alguma igreja, pensando que Ele está lá, no Sacrário.

9.        Propósitos de vida cristã

·         Ler, todos os dias, um trecho do Santo Evangelho, durante uns minutos, para conhecer melhor a vida e a doutrina de Jesus

·         Fazer diariamente uma breve visita ao Santíssimo Sacramento.

·         Sempre que entrar na Igreja, dirigir-se, em primeiro lugar, ao sacrário, para cumprimentar Jesus.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 09: NOSSOS PRIMEIROS PAIS DESOBEDECERAM A DEUS E PECARAM.

INTRODUÇÃO:

Deus criou Adão e Eva, os encheu de dons sobrenaturais e preter naturais e os colocou no paraíso terrestre. Aí, eram muito felizes: eram amigos de Deus e não sofriam nenhum mal; trabalhavam sem cansar-se. Depois de ser felizes na terra, passariam – sem morrer – a gozar de Deus para sempre, no céu.

Mas Adão e Eva cometeram um pecado gravíssimo: o pecado original. No capítulo terceiro do livro do Gênesis nos é contado este pecado: desobedeceram a Deus e O ofenderam. Como Adão e Eva foram nossos primeiros pais, todos nós herdamos este pecado. Dele brotaram a dor, os sofrimentos, os ódios, as guerras e demais calamidades que afetam a humanidade e o mundo.

Convém, pois, estudar bem este tema. Se o entendermos bem, quem sabe possamos também compreender a razão de tantas coisas más que acontecem no mundo e dentro do coração do homem.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Os primeiros pais eram muito felizes no paraíso terrestre

Deus, levado por seu amor, criou os homens para que um dia pudessem contempla-Lo e viver eternamente junto d'Ele. Por isto os fez participantes de sua vida divina. A tão grande e imerecido dom nós o denominamos graça santificante ou vida em graça. Além disso, Deus os colocou em um lugar estupendo – o paraíso terrestre – e lhes deu muitos outros dons imerecidos: iluminou sua inteligência e fortaleceu sua vontade, estando isentos do erro e da inclinação ao mal; livrou-os da dor, da enfermidade e da morte (dons preter naturais). Estes dons – sobrenaturais e preter naturais – deviam ser transmitidos por Adão e Eva a seus descendentes.

2. A prova dos primeiros pais

Igual que aos anjos, Deus quis submeter nossos primeiros pais a uma prova e lhes deu um Mandamento para provar sua fidelidade. Se o cumprissem, conservariam para si e seus descendentes as graças e dons que Deus lhes tinha dado; se não o cumprissem, perderiam as graças e dons para si e seus descendentes. Deus, que podia impor este mandato porque é Dono e Senhor absoluto do homem, queria que vencessem.

3. Os primeiros pais pecaram

Tentados pelo demônio, pai da mentira, Adão e Eva desobedeceram a Deus e pecaram. Foi um pecado de soberba, pois quiseram ser como Deus, e se submeteram ao demônio. Com este pecado perderam a amizade divina (graça) e os dons preter naturais que Deus lhes tinha dado gratuitamente; mesmo suas forças naturais ficaram feridas e, quebrada a harmonia interior, sentiram a inclinação ao mal. Ficaram submetidos à concupiscência – inclinação ao pecado -, que não é pecado, mas incita ao mal.

4. Os homens nascem com este pecado e sofrem suas conseqüências

Por ser Adão principio e cabeça do gênero humano, perdeu ele a graça e os dons que a acompanhavam, e os perderam seus descendentes: em Adão pecou todo o gênero humano. Quer dizer, ao receber de nossos primeiros pais a natureza, nós a recebemos manchada com aquela culpa e, portanto, privados da graça e de todos os demais dons; e por perder-se a harmonia interior, ficamos inclinados ao pecado (concupiscência). Isto é o que se chama pecado original, com ele todos nós nascemos.

5. Conseqüências do pecado original

No pecado de Adão tiveram sua origem todos os pecados e males da humanidade. Todos os Homens nascemos com as gravíssimas conseqüências do pecado original, privados da graça e, portanto, em estado de pecado e inclinados ao mal.  Por isto existe em nós a inclinação ao pecado, a que denominamos concupiscência. Esta se manifesta na ânsia desordenada das coisas terrenas; de gozos, bens, honras... Também vivemos os homens em meio de inumeráveis penas e calamidades e, finalmente, a morte. Pelo pecado original, o demônio adquiriu influência sobre o mundo.

6. Deus teve piedade dos homens e lhes prometeu um Redentor

Apesar do pecado, Deus se compadeceu dos homens e lhes prometeu a futura redenção: prometeu que do gênero humano sairia um Redentor – Jesus Cristo -, que salvaria a   humanidade do pecado e de suas conseqüências.

7. Propósitos de vida cristã

-   Aprender a rezar sempre:

"Confesso a Deus, todo poderoso, e a vós irmãos e irmãs,

que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras,

atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa.

E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos,

E a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim, a Deus Nosso Senhor."

(Repetir muitas vezes ao dia esta oração de arrependimento)

-   Pedir a Deus sempre, muitas vezes ao dia, a disposição para lutar contra o pecado.

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 08: DEUS CRIOU O HOMEM LIVRE E RESPONSÁVEL.

INTRODUÇÃO

Já se estudou em outro tema que Deus, depois de ter criado todas as coisas, criou o homem: Adão e Eva, de quem todos descendemos.

Deus cria a todos os homens. Com a colaboração dos pais, forma o corpo e, diretamente, Ele cria a alma que infunde neste corpo. A alma é o que dá vida ao corpo. Tudo isto quer dizer que cada um de nós fomos criados por Deus. Ele pensou em cada ser humano, nos amou, e como fruto deste amor, nos criou. Além disso, como diz a Sagrada Escritura, nos criou " à sua imagem e semelhança" (Gênesis 1,26).

O que é o homem? Para que Deus nos criou? Como devemos comportar-nos? Estas e outras perguntas todos nos fazemos . Este tema quer ajudar-nos a responde-las.

IDÉIAS PRINCIPAIS:

1. Deus criou o homem com corpo e alma

O livro do Gênesis nos diz que Deus formou o corpo do homem "do barro da terra", e lhe

soprou   no rosto "alento de vida". Com estas palavras tão simples, Deus nos diz que formou diretamente ao homem de uma matéria que já existia e que, depois, criou diretamente do nada uma alma e a uniu a este corpo. Depois de Adão e Eva, os homens todos recebemos o corpo de nossos pais, mas a alma nós a recebemos diretamente de Deus.

2 . A "imagem e semelhança" de Deus

A obra de um artista é o reflexo de sua arte. Ainda que, às vezes, uma obra de arte não

tenha a assinatura de seu autor, é possível descobrir de quem é a obra porque ali está refletida a sua personalidade. O homem é imagem de Deus. Vejamos alguns aspectos que manifestam a imagem de Deus no homem:

        A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. Por ter sido criado à imagem de Deus, o ser humano tem a dignidade de PESSOA; não é tão somente alguma coisa, mas alguém. O homem é a única criatura da terra à qual Deus amou por si mesma. Só ele está chamado a participar, pelo conhecimento e pelo amor, na vida de Deus. Para este fim foi criado e esta é a razão fundamental de sua dignidade.  

        O HOMEM É UM SER INTELIGENTE. Os animais não pensam, mas o homem pode pensar e expressar seu pensamento com palavras. Sabe calcular, contar, medir etc..; fabrica motores, descobre a eletricidade. Distingue-se dos demais seres por sua razão ou inteligência, que é um reflexo da inteligência de Deus. Os animais louvam a Deus sem o saber; o homem o faz sabendo...  

        O HOMEM É UM SER LIVRE. Os animais se governam por instintos e não podem agir de outra maneira; as plantas regem-se por leis as quais obedecem cegamente. O homem pode escolher; pode fazer uma coisa ou outra; pode fazer o bem ou o mal, pode cumprir ou não as leis que o Senhor lhe deu. Deus lhe concedeu a faculdade de escolher livremente. Deus quis o homem livre.  

        O HOMEM É REI E SENHOR DO UNIVERSO. Deus entregou o mundo ao homem para que o submetesse e transformasse. O homem pode domesticar os animais selvagens, desviar os rios, fazer saltar as pedras, cortar as árvores, etc .. Deus o quis assim. Sendo Deus o Dono e o Senhor de tudo, porque tudo criou e tudo lhe pertence, colocou tudo nas mãos do homem, para que este seja senhor e domine a terra. Nisto também se parece o homem com Deus, que lhe fez participar do dom de poder dominar sobre os animais, as plantas..., todo o universo.  

        O HOMEM É IMAGEM DE DEUS, SOBRETUDO, PELA GRAÇA. Ainda que em outro tema vamos explicar o que é a graça, é importante dar-se conta que, entre todos os benefícios que Deus deu ao homem, o que o assemelha mais a Deus é a GRAÇA SANTIFICANTE, que se recebe no momento do Batismo. A graça nos faz participantes da natureza divina, elevando-nos à dignidade de filhos de Deus.

3 . Igualdade e diferença queridas por Deus

O homem e a mulher foram criados por Deus em total igualdade, como pessoas humanas, mas com diferenças morfológicas e peculiaridades psicológicas. Ser "homem" ou ser "mulher", é pois, uma realidade boa e querida por Deus. O homem e a mulher são, portanto, "imagem de Deus".

4. O homem é responsável por seus atos

a) A MATÉRIA CARECE DE RESPONSABILIDADE. Depois de um terremoto não podemos perguntar à terra por que fez isso; além de não poder responder, por não ter inteligência nem liberdade, a terra não podia ter feito outra coisa (o terremoto foi conseqüência de leis físicas naturais que se cumpriram). Também não é responsável a terra das coisas belas como são o nascimento de uma flor, o por do sol ou o trinado de um canarinho.

b) OS ANIMAIS TAMBÉM NÃO SÃO RESPONSÁVEIS.  Se um cavalo mata seu dono com um coice, quando este estava lhe curando uma ferida, não é ele responsável deste feito, porque não sabe o que faz; atua levado pelo instinto. Também não é responsável das coisas boas que proporciona a seu dono: o trabalho, um passeio ou a vitória no hipódromo.

c) SÓ O HOMEM É RESPONSÁVEL DO QUE FAZ. Ao chegar à nossa casa e nos perguntam o que fizemos neste dia, dizemos: estudamos, trabalhamos, passeamos. Somos responsáveis do que fizemos. Se tivermos feito o que deveríamos fazer, merecemos o prêmio. Caso contrário , merecemos o castigo.

5 . Cumprir sempre a vontade de  Deus

Somos merecedores de premio ou de castigo segundo fizermos o que temos de fazer ou não; e o que temos de querer sempre e em todos os momentos é CUMPRIR A VONTADE DE DEUS. Os mandamentos da Lei de Deus, os da Santa Igreja, as obrigações de nossa idade e estado de vida, nos assinalam o que devemos fazer em relação a Deus, aos demais e a nós mesmos. Existem ocasiões em que podemos ter dúvidas em saber o que Deus nos pede concretamente. Nestes casos, o Senhor nos ajuda por meio de pessoas que tem a graça de Deus para nos orientar. Estas pessoas são nossos pais, educadores, o sacerdote com o qual nos confessamos habitualmente. Ele, particularmente, poderá ajudar-nos a ver a vontade de Deus sobre nós, porque já nos conhece. Se nos acostumarmos a fazer a cada dia o EXAME DE CONSCIÊNCIA – breve, mas seriamente – ao terminar o dia, nos daremos conta se cumprimos ou não a vontade de Deus.

6 . PROPÓSITOS DE VIDA CRISTÃ

        Procurar ser agradecidos a Deus, que nos criou e cuida de nós. Aproveitar especialmente a Santa Missa, para faze-lo, já que é um ato infinito de ação de graças.

 

        Ser  muito sincero na confissão e no Exame de consciência à noite

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" da Editora Palabra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

 

Catecismo - 07 - DEUS CRIOU OS ANJOS

INTRODUÇÃO. 

Na Sagrada Escritura encontram-se muitas passagens nas quais vemos a intervenção dos anjos: ao nascer Jesus um anjo anuncia aos pastores a boa notícia; o arcanjo Rafael aparece na história de Tobias, e o arcanjo Gabriel é quem anuncia à Virgem que Deus quer que ela seja Sua Mãe; outro anjo tira Pedro do cárcere; etc..

Este tema quer ajudar-nos a conhecer quem são os anjos e também  os demônios ou espíritos maus.  

IDÉIAS PRINCIPAIS.  

1.            A existência de anjos e demônios, verdade de fé.

Às vezes contam-se coisas que são fábulas: fala-se de bruxas, de horóscopos e coisas semelhantes. Sabemos que não são coisas verdadeiras, senão contos....

Quando se fala dos anjos e dos demônios, não estamos falando de contos; os anjos e os demônios existem de verdade. Deus nos falou  deles. E Deus não pode enganar-nos, nem mesmo para que fossemos melhores. Deus sempre diz a verdade. Cremos, portanto, que existem Anjos e demônios – assim como nós existimos – porque Deus assim no-lo revelou.  

2.       Os demônios são espíritos que pecaram contra Deus

Deus criou bons, por natureza, a todos os espíritos e os fez seus filhos, pela graça. Mas, capitaneados por Lúcifer, muitos deles se rebelaram e disseram: "Não queremos servir a Deus". Os anjos foram fiéis a Deus, dizendo "Queremos servir a Deus". O chefe dos Anjos fiéis era São Miguel.  Realizou-se uma batalha no céu e venceram os anjos fiéis. Os espíritos rebeldes, ou demônios, junto com Lúcifer  foram condenados eternamente ao inferno porque desobedeceram a Deus e pecaram gravemente.  

3.       Os demônios tentam os homens

Os demônios, desde o momento em que pecaram, odeiam a Deus e a todos os que amam a Deus. Por isso desejam que os homens ofendam a Deus e sejam condenados ao inferno. Este é o motivo pelo qual os demônios tentam os homens. São muitos os exemplos na Sagrada Escritura: a tentação de Eva, quando o demônio se apresenta na forma de serpente (Gênesis 3,1-24); as tentações de Jesus, no deserto (Mateus 4,1-11); etc..

Eles nos tentam também, de muitas maneiras, levando-nos a fazer o que é contra a vontade de Deus. A forma habitual que usam para tentar-nos é a de  incitar nossas más inclinações ou aproveitando-se delas. A tentação não é pecado; é pecado se fazemos caso do que nos pede o demônio. Por isso, ao dar-nos conta da tentação, devemos acudir a Deus e dizer com todo o coração: "Afasta-te de mim, Satanás!". Também devemos acudir à Santíssima Virgem Maria, nossa Mãe e a nosso Anjo da Guarda.  

4.       A proteção dos Anjos da Guarda

No Antigo Testamento há um livro muito bonito, no qual se narra que Tobias devia fazer uma longa viagem, cheia de perigos. Então, busca um companheiro de viagem, e Deus envia o arcanjo Rafael que o acompanha e lhe mostra o bom caminho, devolvendo-o feliz a sua casa.

Nós também vamos a caminho do céu; neste caminho existem muitos perigos para a nossa alma e o nosso corpo. Deus nos dá um companheiro de viagem que está sempre a nosso lado, ainda que não o vejamos: é o Anjo da Guarda.

Nosso Anjo nos ama como o melhor dos amigos, nos protege dia e noite, e nos fala ao coração convidando-nos a fazer as coisas boas. Quando rezamos, ele apresenta nossa oração a Deus.  

5.       Uso da água benta

A Igreja recomenda aos cristãos usar a água benta, que é um sacramental, para implorar o perdão dos pecados veniais e alcançar a proteção de Deus contra as insinuações do demônio. Santa Teresa de Jesus dizia: "De nenhuma coisa foge mais o demônio, para não voltar, do que da água benta."  

6.       Propósitos de vida cristã

·         Aprender a Oração do Anjo da Guarda:

"SANTO ANJO DO SENHOR,

MEU ZELOSO GUARDADOR,

SE A TI ME CONFIOU A PIEDADE DIVINA,

HOJE E SEMPRE,

ME REGE, GUARDA, ILUMINA. AMÉM."

 

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antonio Carlos Rossi Keller

 

Catecismo - 06 - DEUS CRIOU O MUNDO POR AMOR

INTRODUÇÃO. 

"No princípio, Deus criou o céu e a terra" (Gênesis 1,1). Assim começa a Bíblia, e o primeiro capítulo do Gênesis relata de maneira gráfica como Deus criou o mundo. Sem utilizar nenhum material pré existente, sem nenhum instrumento, Deus foi criando todas as coisas: o céu e a terra, os animais e as plantas... e por último o homem. Deus criou o mundo do nada.

A criação inteira é fruto do amor e onipotência de Deus: as coisas pequenas – ervas e insetos -, e as grandes: o sol, a lua, os sistemas planetários, as nebulosas, os mares.... O ser mais perfeito da criação visível é o homem. E Deus continua cuidando e governando tudo com Suas leis.

Que linda é a Criação! Ao contempla-la é fácil dar glória e louvor a Deus. Além disso, Ele quer que nós, homens cooperemos com Sua obra com o nosso trabalho. É tanta a dignidade do trabalho humano, que, como diz a Sagrada Escritura, o homem foi criado para que trabalhasse e assim dominasse a criação de um modo inteligente.

Neste tema veremos com detalhes o que significa afirmar que Deus tenha criado o mundo, tal como confessamos no Credo: "Creio em Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do céu e da terra".

 

IDÉIAS PRINCIPAIS. 

1. Deus é eterno.

Só Deus é propriamente eterno, quer dizer, não tem princípio nem fim. Em Deus, não existe passado nem futuro, mas UM PRESENTE IMUTÁVEL. Houve um momento no qual só Deus existia, mas Ele quis comunicar suas perfeições a outros seres; quis criar o mundo e especialmente, o homem, que foi feito à imagem e semelhança de Deus. Deus pensou em todos os homens – em cada um de nós – muito antes de nos criar. Não existíamos e já nos amava. E como Deus ama o homem, preparou para ele um lugar estupendo: o mundo com todas as suas maravilhas (o mar, as montanhas, os animais, as plantas, o céu etc..).

 

2. Deus criou o mundo do nada.

O homem necessita tempo e esforço para construir um edifício ou fabricar um objeto, além, é lógico, de um material pré existente. Deus, porém, fez todas as coisas com um só instante de Seu querer e tudo criou do nada. Antes de que Deus tudo criasse, não existia nada.

 

3. Criar não é o mesmo que fabricar.

Dizemos que Deus criou o mundo, e não que Deus fabricou o mundo, para indicar que, quando tudo começou a existir, não havia nada, sendo que foi Deus quem fez tudo, para que existisse. Criar quer dizer "fazer que exista algo que antes não existia, tirando-o do nada". O homem não pode criar, pode modificar, por exemplo, o curso de um rio, ou fabricar um tecido, usando para isto como matéria prima o algodão ou fibras sintéticas, ou montar um carro, usando peças previamente fabricadas.

 

4. Deus criou tudo para Sua glória e honra.

Quando contemplamos uma obra de arte – uma catedral, por exemplo -, nos maravilhamos e louvamos o gênio de seu autor. Aquela obra de arte é uma glória aos que a construíram.

Ao contemplar a grandeza do mundo: os astros, o mar, as plantas; ao ver a perfeição das coisas pequenas: um passarinho, um inseto, nos maravilhamos e louvamos a Deus, autor de tudo. O mundo é uma manifestação da perfeição divina, um reflexo do que Deus é. O mundo canta a glória de Deus. A esta glorificação deve unir-se o homem, não somente por ser criatura de Deus, a mais perfeita da criação visível, mas também porque Deus colocou todas as coisas a seu serviço. Pensando no homem, Deus criou todas as coisas e as colocou em suas mãos.

 

5. O trabalho e o domínio da terra.

Deus podia ter criado todas as coisas tal e como existem; por exemplo, as mesas e as cadeiras, as centrais elétricas... Mas quis que o homem dominasse a criação trabalhando e tirando proveito das mesmas. Quando o homem trabalha, colabora com Deus para dominar a criação, já que Deus assim o desejou.

E como na criação Deus fez tudo muito bem, porque é Deus e porque Lhe move o amor que tem aos homens, assim o homem precisa fazer bem as coisas, por amor a Deus, para que quando Deus veja esse trabalho, possa dizer: "O que faz o homem está bem feito". É necessário fazer tudo com dedicação e esforço, oferecendo-o a Deus.

 

6. Deus conserva e governa o mundo.

Para que as coisas durem, procuramos conserva-las: reparam-se os defeitos, engraxam-se as máquinas, protegem-se do frio ou do calor...; se não cuidamos das coisas, elas se estragam e não servem mais para nada. Podemos imaginar assim a conservação do mundo, com a diferença de que, se Deus não o conservasse, desapareceria, voltaria ao nada.

Além disso, Deus governa o mundo, de maneira especial aos homens, com umas leis que estão impressas em sua natureza, respeitando sempre a liberdade que lhes deu, como um dos grandes presentes.

 

7. Oferecer o trabalho do dia e mostrar agradecimento ao Senhor.

Ao iniciar o dia devemos oferecer a Deus tudo o que vamos fazer. Podemos usar esta oração:

"Adoro-Te, Meu Deus, e amo-te de todo o coração; dou-Te graças por me terdes criado, feito cristão e conservado nesta noite. Ofereço-Te todas as minhas obras e Te peço que me guardes neste dia de todo pecado e me livres de todo o mal. Amém"

Para não comer como os pagãos que não conhecem a Deus, nós, cristãos, costumamos abençoar a mesa e agradecer depois de comer. Podemos dizer, antes de comer:

"Abençoai, Senhor, estes alimentos que, por Tua bondade, vamos tomar".

E ao terminar de comer:

"Nós Te agradecemos, Senhor, pelos benefícios que recebemos de Tuas

mãos."

O agradecimento deve abarcar nossa vida inteira, que é um dom de Deus.

 

8. Ter confiança em Deus.

O conhecimento da Providência que Deus exerce sobre o mundo e sobre cada um de nós, deve levar-nos a uma decisão confiada de pormo-nos em Suas mãos, para que de verdade e para sempre seja Ele a fonte de nossa serenidade, segurança e alegria.

 

9. Propósitos da vida cristã.

Procurar fazer todas as manhãs o oferecimento do dia, ao levantar-se. Pode-se usar o Oferecimento do "Apostolado da Oração", por exemplo.

Acostumar-se a oferecer a Deus tudo o que se faz, procurando fazer tudo com a maior perfeição e amor possíveis.

 

Autor: Jayme Pujoll e Jesus Sanches Biela

Fonte: Livro "Curso de Catequesis" do Editorial Palavra, España

Tradução: Pe. Antônio Carlos Rossi Keller

 

Identificação:

Blumenau, Santa Catarina, Brazil